Falta de funcionários encerra Centro Escolar e deixa perto de 550 alunos sem aulas

Perto de 550 alunos ficaram esta segunda feira, 07 de outubro, sem aulas devido à greve dos assistentes operacionais da Escola Básica de Santa Cruz Trindade, do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins em Chaves.

Os funcionários queixam-se que os recursos humanos existentes não são suficientes para garantir a segurança do serviço na escola, apesar dos rácios de assistentes operacionais para o número de alunos serem os legais.

Atualmente, a escola tem 25 funcionários, sendo que cinco assistentes estão de baixa médica e outros ficaram aposentados.  Ao Canal Alto Tâmega foi dito que esses assistentes não foram substituídos e estes condicionalismos têm provocado cansaço nesta classe de trabalhadores, tendo hoje realizado uma greve.

Esta é a segunda vez que os funcionários desta escola em Chaves, do ensino pré-escolar e 1º ciclo, realizam uma paralisação. Segundo Lurdes Ribeiro, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), “a Câmara diz que tem 25 trabalhadores. Com este número se não tiver ninguém a faltar estaria relativamente bem. Tem trabalhadores para a portaria de rácio, mas não tem para o restante, e por isso, devia ter uma bolsa para substituir trabalhadores que estão de baixa prolongadas. Temos duas funcionárias que estão a faltar e vão continuar. E nesses casos, deviam ser substituídas por trabalhadores de uma bolsa para colmatar essas falhas. A Câmara de Chaves não tem isso tem, pelos vistos duas pessoas do Centro de Emprego e de maneira que é um problema antigo”.

Lurdes Ribeiro refere ainda que “a portaria de rácios não contabiliza ninguém para o bar, para o portão e para o telefone e esse Centro Escolar tem essas três coisas, fora o prolongamento que é assegurado por estas funcionárias”.

Ao Canal Alto Tâmega, a autarquia de Chaves disse ter tomado conhecimento desta greve e entende que o direito à greve é universal, não contrapondo esta posição de paralisação.

De acordo com o Vice-presidente da Câmara Municipal de Chaves, “o Ministério da Educação revela que para aquele número de alunos e turmas, a escola deve ter 17 assistentes operacionais e neste momento, contamos lá com 31 sem contar com os funcionários da cozinha se não seriam 41”, disse Francisco Melo. O vereador com a área de intervenção da Educação salienta que, na sua ótica, [os funcionários] “são suficientes desde que, tenham uma postura produtiva e organizada de horários”, revelou dando nota que dos 31 funcionários existentes três pessoas estão de baixa médica.

O Vice-presidente salienta ainda que a Câmara Municipal “tem mais 10 pessoas acima dos rácios que a lei estabelece, o que quer dizer que não estamos abaixo da obrigação legal estabelecida, temos serviços que não são feitos por eles, a alimentação a limpeza dos jardins, a manutenção das casas de banho do espaço exterior”, exemplifica.

O aviso prévio de greve dos trabalhadores não docentes da Escola Básica de Santa Cruz Trindade foi comunicado a 27 de setembro e realça a “contratação de Assistentes Operacionais, em número suficiente, para o normal funcionamento da Escola”.

Sara Esteves

Foto: DR