Federação Nacional de Baldios acusa Governo de “inércia” e de falta de compromisso na atribuição de financiamento

 

A Federação Nacional dos Baldios (Baladi) acusou ontem o Governo de “incúria” e “inércia” na atribuição de financiamento aos agrupamentos de baldios que poderá colocar em causa 40 postos de trabalho e a continuidade do projeto, criado há cerca de três anos no Norte e Centro do país.

De acordo com Daniel Serralheiro, dirigente da Baladi, sediada em Vila Real, os Agrupamentos de Baldios “estão sem financiamento desde novembro do ano passado apesar de já ter sido aprovado o orçamento para os Agrupamentos, tanto do Fundo Ambiental de 2023 como de 2024 com a verba específica de cinco milhões e quatrocentos mil euros para garantir a continuidade e o desenvolvimento dos Agrupamentos de Baldios da 2ª geração até 2027”.

Os Agrupamentos de Baldios resultam de um projeto-piloto criado em 2019 pelo Governo e financiado ao longo de três anos pelo Fundo Florestal Permanente, para “o desenvolvimento do modelo de gestão conjunta das áreas florestais, permitindo uma coordenação das ações de prevenção contra incêndios na sensibilização, planeamento, organização do território florestal, silvicultura e infraestruturação”. Foram criados 20 agrupamentos de baldios que reclamam agora “falta de assunção e seu incumprimento por parte da tutela”.

Os contratos-programa foram assinados em Vila Pouca de Aguiar pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, em representação do Estado, a Associação Florestal de Portugal (Forestis) e a Federação Nacional dos Baldios (Baladi) que constituiu 10 agrupamentos, desde 2019, que incluem 55 baldios e 60.000 hectares de área florestal.

“Durante três anos foram muitos os elogios públicos que a Baladi recebeu pelo trabalho desenvolvido nos 10 Agrupamentos de Baldios que dinamizou. Recebemos elogios por parte do Governo anterior, Entidades, Instituições e personalidades do setor, de que, poucos projetos de nível florestal em Portugal tiveram um impacto tão grande e em tão pouco tempo, em termos de economia do território e ao nível social, só que os três anos acabaram e o Ministro da altura, Duarte Cordeiro, renovou o projeto por mais três anos. Em novembro de 2023 o governo ‘caiu’, o Orçamento do Fundo Ambiental foi aprovado, o programa está assinado desde novembro de 2023 e estamos em julho e não temos resposta”, frisou Daniel Serralheiro que admite já ter solicitado e realizado diligências para reunir com os responsáveis da tutela.

A Federação Nacional de Baldios prevê um futuro incerto para o projeto e admite risco nos 20 postos de trabalho contratados pela Baladi assim como os outros 20 recursos humanos da Associação Florestal de Portugal (Forestis).