Projeto “Semear Ação” discute despovoamento e ambiente em aldeia de Vila Pouca de Aguiar

A iniciativa realiza-se no âmbito do Pacto Climático Europeu, é organizado pelas associações ‘Zero’ e ‘Transitar’ e conta com a dinamização local da Associação Cultural e Recreativa de Tourencius dos Xudreiros (ACRTX).

A organização referiu, através de uma nota enviada, que querem “oferecer às comunidades das regiões onde ocorrem ações de formação e de capacitação a [oportunidade] para lutarem pela defesa das suas áreas com maior valor ecológico face às alterações climáticas”, afirmou citada em comunicado Rita Prates, da associação ambientalista Zero, que coordena em Portugal o Pacto Climático Europeu.

Nesta ação em Tourencinho, a associação ambientalista quer “destacar a importância de políticas que promovem a fixação de pessoas no interior do país e o combate ao despovoamento”, afirmou ainda Rita Prates.

Segundo a ambientalista da Zero essas medidas terão de ser “ambientalmente sustentáveis, única forma de tornar esse repovoamento das regiões estrutural e atrativo para as novas gerações”.

A nível local a ação é dinamizada pela Associação Cultural e Recreativa de Tourencius dos Xudreiros (ACRTX).

“Numa zona rural, as sementeiras começam a fazer-se por esta época: este ano decidimos, não só semear legumes, mas também trazer a ação ambiental para a nossa terra”, afirma Sara Barreiro, da Associação Cultural e Recreativa de Tourencius dos Xudreiros.

Não existe atividade mais fértil do que o ‘Semear Ação’ para trocar sementes de ideias entre gerações e plantar iniciativas que estabeleçam laços cooperativos que enalteçam a necessidade de cuidar do local onde vivemos, para que outras pessoas encontrem o seu lar aqui também”, salientou ainda.  Para Sara Barreiro, “a ação climática é crítica para estruturar comunidades mais resilientes e com formas de vida mais prósperas e sustentáveis”.

Nesta etapa transmontana, que acontece depois do projeto passar pelas Caldas da Rainha e por Pombal, o “Semear Ação” quer mostrar como o ativismo climático e a proteção do património ambiental podem ser “uma chave para fortalecer as comunidades, fixar pessoas e atrair novos elementos para os territórios de baixa densidade”.

No sábado, na sede da ACRTX, instalada num antigo apeadeiro da desativada Linha Ferroviária do Corgo, decorrerá o workshop “Mural do Clima”, um jogo didático e científico que procurará perceber os fenómenos que estão a desencadear as alterações climáticas e de como é possível agir para as enfrentar”.

“A lógica do ‘Mural do Clima’ parte da consciência de que só poderemos obter mudanças se a sociedade estiver consciente do problema ambiental que enfrenta e de quais são as ferramentas para o mitigar”, explicou também citada no comunicado, Aurore Delaunay, Presidente da Transitar.

O programa contempla ainda um almoço comunitário, uma caminhada interpretativa e visitas a um moinho de água em funcionamento e a um forno comunitário onde antigamente se cozia olaria preta.

O Pacto Climático Europeu é uma iniciativa central do European Green Deal promovido pela União Europeia e quer mobilizar as comunidades na Europa para os investimentos, atividades e processos que sejam progressivamente menos dependentes dos combustíveis fósseis e da emissão de outros gases com efeito de estufa, promovendo a transição para modos de vida mais seguros e saudáveis e para uma economia sustentável.

 

Sara Esteves

Foto: DR