Primeira base aérea transfronteiriça quer atuar nos dois lados da fronteira

Segundo a “Xunta de Galicia”, este projeto tem o objetivo de melhorar e intensificar, a capacidade operativa de resposta à extinção de incêndios florestais, consolidando mecanismos de cooperação entre a Galícia e o norte de Portugal.

 

Numa nota de imprensa emitida pela “Xunta de Galicia”, Alfonso Rueda Valenzuela, Presidente da “Xunta de Galicia”, afirmou que “esta nova base exemplifica a cooperação fluida e intensa com o país luso, reforçando a Eurorregião Galicia - Norte de Portugal, como exemplo de integração e dinamismo, para dar um salto de qualidade na extinção de incêndios”, referiu ainda a “necessidade de fazer projetos transfronteiriços, ainda que não é nada simples, uma vez que, requer burocracia muito complexa.”.

 

Nesta base aérea foram investidos cerca de 5,5 milhões de euros, financiados pelo programa Interreg POCTEP (Programa de Cooperação Transfronteiriça Interreg Espanha-Portugal) e tem vagas de estacionamento para seis aeronaves e para quatro helicópteros, com uma pista de aterragem de cerca de 1200 metros. Conta ainda, com quatro depósitos de água, instalações de abastecimento de combustível, uma torre de controlo e um edifício de descanso.

 

Em declarações ao Canal Alto Tâmega, o Presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, afirmou ser importante “nós termos uma estrutura de proteção civil, de combate a incêndios rurais, mais capaz e mais eficiente, sendo mais eficiente, ela necessita de ser mais pronta e mais rápida. (…) esta infraestrutura, é muito importante, porque se somará a outras respostas, que já existem do lado de cá da fronteira. Neste momento, em Chaves, estão dois helicópteros e tudo isto poderá fazer com que de facto, o primeiro combate, a resposta inicial, que é muito decisiva, possa ser verdadeiramente eficiente. E o que é ser eficiente? Gastar o menos possível em recursos e ser o mais eficaz no sentido de extinguir os incêndios.”.

 

Em relação ao investimento feito na base aérea, Nuno Vaz esclarece que, “Esta infraestrutura feita pela Xunta de Galicia é um projeto que é financiado por fundos comunitários, pelo Interreg [Interreg POCTEP], feito em cooperação com o estado português.”.

 

“Sabemos, que existem protocolos e atuações a nível europeu, que permitem com que esta atuação no âmbito de combate [incêndios] possa ir até 25 quilómetros, a contar do limite de fronteira para cada um dos países e a verdade é que há um protocolo entre Galiza e Portugal, que permite que se vá até 40 [quilómetros] e, portanto, isso vai permitir que, naturalmente, possa haver uma concertação maior. Mas eu ainda acho que é preciso mais, ainda há aspetos que devem ser trabalhados, porque não tendo, a certeza disso, parece-me que neste momento, quer os helicópteros, quer os meios aéreos espanhóis têm que carregar [água] no seu território e os meios aéreos portugueses também. Significa isto, que os helicópteros portugueses, apesar de combaterem um incêndio em Espanha têm que se abastecer em Portugal, e os helicópteros e aviões espanhóis, ainda que possam combater em Portugal, têm que se abastecer em Espanha. Portanto, é um aspeto a ser trabalhado, é um aprofundamento dessa cooperação, naturalmente, há aspetos que devem ser melhorados, mas só a circunstância de haver esta infraestrutura e de haver este conhecimento e reconhecimento, que existem aspetos que devem ser melhorados, acho que é um pressuposto e uma perspetiva positiva, que vamos, certamente, no bom caminho.”, explicou o atual Presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz.

 

“Vai contribuir para que sejam melhorados os protocolos, melhorados as articulações, que eu acredito que ainda é preciso melhorar a cooperação, podemos ter uma capacidade de intervenção, mais musculada, mais capaz, mais determinante e assim muito mais eficiente naquilo que possam ser os próximos combates a incêndios florestais ou rurais. E que efetivamente possamos ter, nos 10/20 minutos iniciais, uma capacidade de resposta decisiva e absolutamente eficaz”, reiterou, Nuno Vaz.

 

Texto: Diogo Batista