ULSTMAD cria unidade de hipertensão arterial e risco vascular

A Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto criou uma Unidade de Hipertensão Arterial e Risco Vascular, com uma equipa diferenciada. Segundo Fernando Salvador, diretor do serviço de Medicina Interna da ULSTMAD, a criação desta unidade visa "melhorar a gestão e tratamento da população, prevenindo o desenvolvimento de lesões de órgão alvo e eventos vasculares".

A unidade funcionará em diversas frentes, incluindo consultas externas, hospital de dia, reuniões multidisciplinares, formação de internos e desenvolvimento de projetos de investigação.

Telmo Coelho, coordenador do projeto, explica que a unidade se concentrará em "avaliação protocolada e sistematizada de doentes com HTA grave não controlada, suspeita de HTA secundária, e seguimento de doentes com muito alto risco vascular”. Além disso, a unidade irá também "investigar e tratar causas de HTA secundária, seguir doentes com dislipidemia não controlada e rastrear, prevenir e tratar lesões de órgão alvo".

A nível do hospital de dia, a unidade realizará provas hormonais, consultas de reavaliação precoce após episódios de urgência e colocação de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). “Para garantir uma abordagem holística, serão realizadas reuniões mensais multidisciplinares com os serviços de Endocrinologia, Cirurgia Vascular e Cardiologia”, revela a Administração da ULSTMAD.

Já em termos de investigação, a unidade pretende “criar uma base de dados com informações clínicas e meios complementares de diagnóstico de todos os doentes seguidos, dinamizando a participação em estudos e ensaios clínicos internacionais”.

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de mortalidade a nível mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de causarem mortes, estas doenças são também responsáveis por uma elevada morbilidade e perda de qualidade de vida.

Em Portugal, o estudo Portuguese Hypertension and Salt Study (PHYSA), realizado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), revelou uma prevalência alarmante de hipertensão arterial (HTA) de 42,2%. Ainda mais preocupante, é o fato de apenas 74,9% dos doentes se encontrarem tratados e 42,6% dos mesmos se encontram com valores controlados. Embora não existam dados específicos para Trás-os-Montes e Alto Douro, presume-se que estes números não se desviem significativamente dos valores nacionais.

 

Foto: ULSTMAD