Baldios reclamam ao Governo medidas capazes de resolver os cortes de área forrageira

Os órgãos gestores dos Baldios transmontanos e durienses reclamam ao Governo medidas capazes de resolver alguns problemas com que se defrontam desde logo, os cortes de área forrageira, revelou o Secretariado dos Baldios de Trás os Montes e Alto Douro que esteve reunido, no dia 21 de outubro, com mais de uma centena de representantes de órgãos gestores dos baldios dos Distritos de Vila Real, Bragança e Porto em Assembleia Geral Eleitoral, no Auditório da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar.

Nesta assembleia, além de elegerem os novos órgãos sociais do secretariado, para o próximo mandato, foram debatidos os principais desafios que se colocam a todo o sector comunitário da região.

Devido à “drástica” redução da área forrageira dos baldios, este secretariado de baldios afirma que o setor pecuário da região apresenta “gravíssimos problemas” e aponta para aquela que foi “uma situação algo explosiva”, quando depois do período da Troika, em 2014, ter sido “reduzido mais de 50% da área forrageira dos baldios no norte e centro do País”. A redução voltou a acontecer, já depois da campanha anual das candidaturas ao Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), “sem apelo nem agravo pondo em causa os parcos rendimentos dos agricultores transmontanos”, revelam em comunicado.

Segundo o Secretariado dos Baldios de Trás os Montes e Alto Douro, a assembleia, e após “aceso debate”, aprovou por unanimidade “dar plenos poderes à nova direção para que esta, em parceria com o restante movimento associativo regional, dinamize uma Manifestação Regional de Protesto durante o Mês de Novembro reclamando a cessação dos cortes de área forrageira dos Baldios e exigindo que nenhum agricultor seja prejudicado nas suas candidaturas já entregues ao IFAP”. Nesse âmbito foi realizado um apelo para “uma grande mobilização dos Compartes para esta e outras iniciativas que a Direção do Secretariado vai trabalhar”.

“Em 2024 faz 50 anos que se deu a Revolução do 25 de Abril. Daí ter havido um apelo para que o Movimento Associativo dos Baldios projete uma grande iniciativa regional que materialize a importância que esta conquista de Abril teve na vida económica social e cultural teve nas suas gentes. Vila Real”, lê-se em nota enviada às redações.

Esta assembleia debruçou-se ainda, na análise “mais cuidada e fina” sobre as implicações económicos sociais e jurídicos relativo a propostas dos Contratos nas áreas de Carbono, Eólicas, Fotovoltaicas e recursos Geológicos. Da discussão havida, foram enumeradas, segundo o secretariado, vários perigos e os cuidados a ter por parte dos associados, sobre os contratos já conhecidos, com prazos de execução “longos”, duas e mais gerações “sem qualquer salvaguarda dos interesses das Comunidades Locais”. “Mereceu “particular preocupação” os contratos de longa duração “sem uma cláusula de rescisão por parte das Comunidades Locais”. Foi discutido “a necessidade do Secretariado em parceria com a BALADI reforçar os Departamentos Técnico e jurídico para acomodar e responder às várias solicitações dos Associados”.

A Direção cessante fez um breve resumo da atividade dos últimos quatro anos, enumerou “algumas dificuldades conjunturais que teve que vencer, nomeadamente a pandemia, dando particular realce a questão do elevado número de projetos feitos aos associados nos Baldios dos Distritos de Vila Real e Porto”. Houve ainda tempo para um breve balanço sobre os trabalhos realizados pelos vários Agrupamentos dos Baldios da área do Secretariado.