Manuela Raínho

Manuela Raínho

 28/01/2025



    Aqui & Agora

    Passam oitenta anos sobre a Libertação de Auschwitz. Oitenta anos. E como se de um passe de magia ou pela ausência de consciência colectiva dos habitantes terrenos, a História teima em retornar à casa de partida deste Monopólio Absurdo que é o Mundo em que vivemos.

    Se há cerca de noventa e tal anos surgiu um esquizofrénico compulsivo que perdeu as eleições mas depois – sabe-se lá por que razão – as venceu, teve sonhos megalómanos que, em nome de uma Alemanha maior anexou a Áustria, a Lituânia e assim por diante, perante uma Europa contemplativa e umbilical; se esse mesmo Hitler investiu na guerra até ao paradoxo; em nome da raça ariana, perseguiu judeus, ciganos e todos quantos eram diferentes, arrastando o Mundo para uma guerra desumana e dispondo das pessoas como se fossem fantoches que de uma forma sistemática, metódica e rigorosa, em campos de concentração, os aniquilavam, só pelo facto de decidir que não eram dignos de existir. E só parou quando os estados Unidos vieram em socorro dessa Europa pusilânime que se ia governando sem fazer muitas ondas.

    Pois é, ironia das ironias, presentemente não temos um só fanático mas vários. No entanto, nesta segunda eleição subiu «ao trono» um fanático, que em nome de «América Great Again» quer comprar e ocupar o Canadá, o Panamá e a Groenlândia; expulsa refugiados e emigrantes ilegais como se fossem criminosos, de mãos e pés amarrados quais escravos de outrora; por decreto, decide que só há dois géneros: masculino e feminino (gostaria de saber o que Elon Musk vai fazer ao filho que decidiu mudar de sexo…); ameaça o velho amigo Putin (cujo comportamento relativamente à Ucrânia, é idêntico ao de Trump ou de Hitler) em deixar de fornecer armas e baixar o valor do petróleo. E a Europa continua, como o Humpty Dumpty, no meio do muro, sem saber para onde cair… O tal Musk vsi alimentando a cisão na velha táctica de «dividir para reinar». A China seguindo a velha filosofia oriental de forma fria, moderada e subtil, ajuda a Rússia de Putin ao comprar o petróleo ao preço da uva mijona e de forma elegante, mas contundente expande-se pela Europa e outros Continentes através de investimentos económicos que nada têm de inocentes ou solidários. Onde vamos parar? Estimado leitor – sinceramente – não sei. Só sei que, ou a Humanidade se consciencializa firmemente do que pretende para si, se solidarizar.se energicamente, ou vamos todos alienada e alegremente para o descalabro.

    Provavelmente não estarei cá para ver, mas o Amor Condicional que tenho pelos meus netos e pelos meus filhos leva-me a escrever esta crónica como se fosse um grito de alerta.

    (este artigo de opinião é da inteira responsabilidade do autor)


    28/01/2025

    Manuela Raínho