Município de Boticas garante que nunca negociou com a Savannah Resources

O Presidente da Câmara Municipal de Boticas reiterou a sua posição, manifestando-se contra o projeto de mineração.

O Município de Boticas garantiu através de um comunicado, assinado pelo Presidente da Câmara, que nunca negociou com a Savannah Resources, empresa responsável pelo projeto da Mina do Barroso, no concelho de Boticas.

“Nunca, e fique sublinhado, a Savannah Resources se sentou à mesa com o Município de Boticas para negociar o que quer que fosse. Nem royalties, nem qualquer outro tipo de contrapartida, muito menos nos valores apresentados pela empresa, que fala numa compensação anual ao Município de Boticas de 10 milhões de euros”, revelou o Presidente da Câmara Municipal.

Fernando Queiroga voltou a reiterar a sua posição, manifestando-se contra o projeto de mineração, afirmando que está do lado da população, que contesta a exploração mineira e quer travar o projeto.

O Município explica que está contra este projeto, “não só por todas as questões de caráter ambiental e de saúde pública que a exploração mineira acarreta”, mas também, “pela forma “pouco séria” e “pouco transparente” com que diz ter sido desenvolvido o processo. “Com a Savannah Resources a usar de um discurso e uma estratégia intimidatórios, ao mesmo tempo que anuncia o “paraíso” ao nível do desenvolvimento sócio-económico da região, apresentando-se como um “profeta salvador” capaz de resolver todos os problemas que afetam este território, ao criar uma espécie de “época dourada” para a economia local ao distribuir, qual Robin dos Bosques dos tempos modernos, “riqueza por toda a região” “, lê-se na nota enviada às redações.

A autarquia disse que a empresa pode “prometer os milhões que entenderem, onde entenderem, podem falar dos empregos, das estradas, dos hospitais, das escolas, das creches, dos centros dia… num sei lá mais o que de contrapartidas. Mas isso não passa de promessas atiradas para o ar. Hoje são umas, amanhã juntam-se-lhes outras tantas”, referindo que a única coisa que têm visto “é destruição, devassa, falta de respeito pelo espaço público e privado e sobretudo, muita arrogância”.

“Podemos ser “pobres”, podemos ser um concelho pequeno no número de habitantes, podemos ter um Orçamento Municipal limitado, mas temos orgulho na gestão rigorosa, criteriosa e sem desperdício dos recursos financeiros, que faz de nós o 6º município do país com melhor eficiência financeira”, assim como uma “autarquia familiarmente responsável há 12 anos consecutivos”, acrescentou o autarca.

Fernando Queiroga relembra ainda que o território é Património Agrícola Mundial “pelas práticas ambientais e comunitárias e pela produção de produtos endógenos de elevada e reconhecida qualidade” e que, “não há dinheiro, nem ouro, nem lítio, que cheguem perto da riqueza que a nossa ruralidade representa. O mais importante são e serão sempre as pessoas”, admitindo que, “a nossa verdadeira riqueza. Não tem preço e não é negociável”.

Sara Esteves

Foto: Carlos Daniel Morais


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28/01/2025

Sociedade

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