Vila Real é o segundo distrito com maior número de casos de doença hemorrágica dos bovinos

Já foram registados 119 casos de doença hemorrágica epizoótica em 82 exploração de gado.

De acordo com o último relatório da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) de sexta-feira, 06 de setembro, Vila Real é o distrito com maior número de casos de doença hemorrágica dos bovinos, contabilizando até ao momento, 119 casos em 82 exploração de gado afetadas e registado um animal morto.

No distrito, e segundo a DGAV, os concelhos mais afetados são da região do Alto Tâmega e Barroso (Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar) e os concelhos de Mondim de Basto, e Vila Real.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) admite que em Portugal, haja a existência de 444 casos registados de doença hemorrágica epizoótica em 233 exploração de gado e o registo de 19 animais mortos em todo país, 18 no distrito de Bragança (o mais afetado) e 1 no distrito de Vila Real.

A região mais afetada do país é o Norte, com o distrito de Bragança a contabilizar 121 explorações afetadas, 288 animais contaminados pela doença e a registar 18 mortes, onde ressaltam os concelhos de Bragança Miranda do Douro e Vinhais. No distrito de Bragança há ainda uma exploração de veados afetada, com o registo de três animais contaminados.

A primeira zona afetada em Portugal foi estabelecida em novembro de 2022, em sequência de um foco notificado em Badajoz, na Espanha. Já o primeiro foco de DHE em 2024 foi detetado a 17 de julho no concelho de Vinhais.

O terceiro distrito mais afetado pela doença hemorrágica epizoótica é Braga que apresenta 18 explorações afetadas e 22 casos. Segue-se Viana do Castelo com sete explorações afetadas. Guarda tem três explorações. Beja, Faro, Leiria, Porto e Santarém têm uma exploração afetada pela doença.  

A Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE) é uma doença de etiologia viral que afeta os ruminantes, em especial os bovinos e os cervídeos selvagens, com transmissão vetorial (por mosquito), que está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A DHE não se transmite aos seres humanos.

Segundo a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, os sinais clínicos desta doença são “febre e falta de apetite; estomatite ulcerativa, lesões na mucosa da boca, produção excessiva de saliva e dificuldade em engolir; coxeira devido à inflamação das coroas dos cascos e úbere avermelhado. A doença pode provocar a morte do animal, mas é mais frequente a sua recuperação em 2 semanas”.

A DGAV anunciou que, provisoriamente, poderá ser utilizada a vacina Hepizova, suspensão injetável para bovinos, que protege contra a doença hemorrágica epizoótica (DHE). A autorização para a administração da vacina tem a duração de um ano, contado a partir da primeira disponibilização do medicamento veterinário imunológico no mercado nacional. A vacinação é apenas de animais da espécie bovina e é de caráter voluntário, mediante o cumprimento de diversos procedimentos.

Sara Esteves

Foto: Carlos Daniel Morais

 


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10/09/2024

Sociedade

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