Quase 400 pessoas assinaram a petição pela reabertura da Linha do Corgo

A petição pública a exigir a reabertura da Linha do Corgo foi lançada a 31 de janeiro e até ao momento conta com cerca de 400 assinaturas.

Quase 400 pessoas já assinaram uma petição pública lançada a 31 de janeiro de 2024, no portal da Assembleia da República, a exigir a reativação da linha ferroviária do Corgo, entre Peso da Régua e Chaves, com uma extensão de 96 quilómetros.

O documento, entregue na Assembleia da República, invoca a necessidade de reativar esta linha, que atravessa cinco concelhos, cujo um troço, de 71 km, entre as cidades de Vila Real e de Chaves foi encerrado a 1 de janeiro de 1990 e o restante a 25 de março de 2009, entre as cidades da Régua e de Vila Real, com o compromisso assumido pelo Estado Português de reabrir a linha integralmente e modernizada.

“A superestrutura (carris, tirafundos, travessas e balastro) foi rapidamente removida: o compromisso de modernização e reposição do serviço ferroviário prontamente anulado logo depois”, lê-se no texto da petição dirigido ao Presidente da Assembleia da República Portuguesa.

Esta linha foi incluída em novembro de 2022 no Plano Ferroviário Nacional (PFN) e “recebeu contributos na forma de um estudo de reabertura detalhado para o troço Régua – Vila Real – Abambres, com custos de reabertura, e custos e proveitos de exploração, bem como outras diretrizes para o restante troço até Chaves”.

O subscritor desta petição sublinha que reabrir a Linha do Corgo “é uma conclusão apenas e só lógica, responsável e de longo prazo” (…) num território cuja única referência viária é a autoestrada A24 (portajada), e completamente refém do transporte rodoviário e da sua insustentável pegada ambiental e peso económico, e à luz dos desígnios nacionais de Coesão Territorial, Descarbonização da Economia, e Combate ao Despovoamento”.

Uma vez assumida pelo Estado Português a restituição dos serviços ferroviários à Linha do Corgo, é considerado nesta petição que “no terreno, não é isso que está a acontecer”. “As próprias autarquias locais prosseguem com a sistemática destruição de edifícios e ocupação do canal ferroviário com um projeto de uma ciclovia, que ora se quer assumir como eixo de mobilidade numa Região com graves deficiências de transporte público, ora se arvora em Caminho de Santiago, como surge ainda paralela a ciclovias e caminhos pedestres já existentes, não apresentando um único estudo de utilização potencial, nem contrapondo um estudo de reabertura da Linha do Corgo, num exercício de pura demagogia”, refere ainda o documento da petição que aponta ainda um conjunto de exigências relacionadas com programas de financiamento e verbas necessárias, cronograma de reabertura e com o caderno de encargos.

Ao Canal Alto Tâmega, Daniel Conde, subscritor da petição e responsável pela ‘Via Estreita’, página dedicada às quatro Vias Estreitas da Malha Ferroviária do Douro (Tâmega, Corgo, Tua, Sabor) disse que até ao momento, “já 13 autarquias manifestaram em prol da reabertura da linha do Corgo desde a junta de freguesia de Santa Maria Maior à junta de freguesia da Régua e Godim, Câmaras Municipais apenas uma, a de Vila Pouca de Aguiar mas, em termos de união de freguesias começa a gerar bastante movimento”.

Depois de um debate sobre a Linha do Corgo realizado em Vila Real, em janeiro, Daniel Conde pondera criar uma ação idêntica com a Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar.

A Linha do Corgo atravessa Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, e Chaves e serve diretamente as cidades do Peso da Régua, Vila Real, e Chaves, e as vilas de Vila Pouca de Aguiar e de Vidago, com um total de 30 estações, distribuídas ao longo de 21 freguesias e servindo um total de 66 mil cidadãos.

A petição está ainda a aguardar assinaturas online.


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13/03/2024 Jornalista: Sara Esteves Repórter de imagem: DR Foto: Daniel Conde

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