CIMAT não vai indicar representante para a administração da ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro

Autarcas da região não se reveem no novo modelo e continuam a defender a criação “urgente” da ULS do Alto Tâmega e Barroso.

O Conselho Intermunicipal da Comunidade do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT) decidiu na quarta-feira, 14 de fevereiro, que não vai indicar qualquer representante desta entidade intermunicipal para o cargo de vogal executivo do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Trás-os-Montes e Alto Douro disse esta sexta-feira a CIMAT.

Segundo esta comunidade intermunicipal, a decisão foi tomada em conjunto com os seis autarcas da região que não se reveem no novo modelo e continuam a defender a criação “urgente” da ULS do Alto Tâmega e Barroso.

Em comunicado, a CIMAT adianta que foi remetida uma missiva ao Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, a reiterar a posição tomada de não indicar representante e a insistir com a criação da ULS do Alto Tâmega e Barroso.

O decreto-lei de criação das Unidade Local de Saúde prevê um máximo de seis vogais executivos, incluindo até dois diretores-clínicos, um enfermeiro-diretor, um vogal proposto pelo Governo e um vogal proposto pela Comunidade Intermunicipal, a ser indicado pelas duas Comunidades Intermunicipais, neste caso do Douro, com 19 municípios, e do Alto Tâmega e Barroso, com seis.

Até ao momento, e de acordo com informação disponibilizada no portal do SNS, atualizado a 04 de janeiro de 2024, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro, mantêm-se em exercício de funções os atuais membros, os quais foram nomeados em 2023, e procedeu à designação do membro com as funções de Diretora clínica para a área dos cuidados de saúde primários, tendo sido nomeada para o cargo Vera Adelaide de Jesus Cardoso Santos.

Em setembro do ano passado, a Assembleia Municipal de Chaves e também a CIMAT já haviam aprovado uma moção para a criação de uma Unidade Local de Saúde (ULS) capaz de agregar o hospital de Chaves e os centros de saúde dos seis concelhos que integram este território (Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar).

A moção “Pela criação da Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega e Barroso” foi enviada ao ministro da Saúde, primeiro-ministro, Presidente da República, presidente da Assembleia da República, diretor-executivo do SNS, à Comissão Parlamentar de Saúde e às direções parlamentares da Assembleia da República.

No documento da moção, o conselho intermunicipal da CIMAT defendia que o modelo de organização a implementar poderia acentuar “desigualdades” no acesso à saúde e que constitui “de difícil aplicabilidade, em função da elevada amplitude territorial, existindo, por outro lado, um risco claro de excessiva centralização assistencial na sede da ULS, em Vila Real, em função do histórico anterior de integração, bem como na identificação crónica da pouca disponibilidade clínica para a realização de atividade nos polos periféricos, o que poderá resultar num incremento substancial da inexistência ou inacessibilidade de oferta nos pontos de acesso mais remotos”.

A nova Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro, com sede em Vila Real, foi criada por integração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), que agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego, os Agrupamentos de Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso, do Douro I – Marão e Douro Norte e do Douro II – Douro Sul. Com a nova reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram criadas 31 Unidades Locais de Saúde que se juntaram às oito existentes.


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16/02/2024 Jornalista: Sara Esteves Repórter de imagem: DR Foto: CIMAT

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