GD Vilar de Perdizes já prepara nova temporada, presidente e treinador traçam objetivos
A temporada 2025/2026 dos conjuntos da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real (AFVR) está prestes a começar, Márcio Rodrigues e João Fernandes, presidente e treinador do Grupo Desportivo de Vilar de Perdizes, respetivamente, em entrevista exclusiva ao Canal Alto Tâmega traçaram objetivos e revelaram novidades relativas à época que se avizinha.
De partida para a segunda temporada consecutiva na Divisão
de Honra da AFVR, os “Guerreiros da Raia” já arrancaram os trabalhos de
preparação para a nova época, com caras novas, quer no plantel, quer na equipa
técnica.
Apesar de, na temporada passada e logo após a descida do
Campeonato de Portugal à distrital, a continuidade do projeto da equipa sénior
tenha ficado em causa, no que diz respeito à nova temporada, Márcio Rodrigues
descarta o mesmo cenário e vinca: “(…) este ano não surgiram dúvidas”.
“No ano passado, essa situação foi dada a conhecer por causa
talvez do cansaço acumulado e da exigência que é estar num Campeonato de
Portugal com uma equipa com tanta limitação como a nossa. Ter de jogar sempre
em casa emprestada [Complexo Desportivo Francisco Carvalho, em Chaves] e não
conseguir ser feliz neste meio que tanto nos dedicamos é difícil. Sentíamos um
vazio enorme em não jogar na nossa casa, porque o propósito de um clube local é
dar vida às localidades e estarmos deslocados da nossa terra fez-nos sentir um
vazio muito grande. Eu como filho da terra senti mais isso na pele que todos os
outros. Depois já são muitos anos de liderança, já estou neste projeto desde a
época 2009/2010, talvez tenha surgido daí o cansaço. Apesar disso, este ano não
surgiram dúvidas”, frisou Márcio.
De regresso às competições distritais e de volta a casa, o
líder do Grupo Desportivo de Vilar de Perdizes fala numa época “um bocado
atípica” e numa classificação final que “não condiz com o valor real do
plantel”.
“A época anterior foi um bocado atípica, apesar de termos
sido muito coerentes naquilo que delineamos desde o início da temporada,
objetivo foi dar oportunidade aos jovens do Alto Tâmega, tivemos sempre a porta
sempre aberta a todos os jovens que quisessem entrar nesta aventura.
Conseguimos fazer um plantel competitivo, mas ficamos aquém das expectativas na
parte final da temporada, perdemos nas grandes penalidades da meia-final da
Taça AFVR, caímos na tabela classificativa nas últimas jornadas, acusamos muito
essa eliminação da Taça. Portanto, a classificação
final não condiz com o valor real do plantel, sabíamos que havia a
necessidade de afinar algumas situações e teria de ser logo pela liderança de
equipa”, explicou.
De modo a “afinar” a questão relacionada com a liderança da
equipa, Márcio Rodrigues apostou todas as fichas em João Fernandes, ex-capitão
do Desportivo de Chaves e até então treinador-adjunto, com passagens pelo CDC
Montalegre e Politehnica Iasi, da Roménia.
“Mal acabou a temporada, delineei uma estratégia e logo de
seguida falei com o João Fernandes. Ele tinha algumas situações, tanto pessoais
como profissionais, pendentes, e não podia dar resposta imediata. Desde o
início estava convicto que ele tinha de ser o líder e caso não fosse
correríamos o risco de não continuar [com a equipa sénior], porque andar por
andar não é o meu perfil. No fim das contas, correu tudo bem, acabamos por
conseguir que o João ficasse, mesmo ele tendo outras propostas, inclusive, do estrangeiro”,
revelou o barrosão.
João Fernandes sucede a Claúdio Teixeira no cargo de
treinador dos “Guerreiros da Raia”, nesta que será a sua primeira experiência
como técnico principal de uma equipa sénior. O novo timoneiro fala numa
oportunidade que requere “bastante responsabilidade”, mas garante estar
preparado.
“Encaro este projeto com bastante responsabilidade, mas
sinto-me preparado para isto, porque a minha vida sempre foi futebol, o meu
objetivo é transmitir aos jogadores, dentro e fora de campo, aquela experiência
que adquiri como jogador. O Presidente do clube, o Márcio Rodrigues convidou-me
para assumir este papel, porque me insiro naquilo que eles querem para o clube,
que é apostar nos jovens”, disse João Fernandes.
Em relação ao plantel, o emblema do Campo da Lage conta com
cinco caras novas, sendo que Fábio Pais, Axel Villarreal e Hudson já
representaram o GD Vilar de Perdizes em épocas anteriores. Com um “plantel
jovem”, João Fernandes pretende fazer melhor do que na campanha anterior e
“limpar um bocadinho a imagem da época passada”.
No mesmo caminho, Márcio Rodrigues assume que o objetivo é
“continuar a apostar na juventude” e explica que com o regresso de Fábio Pais e
de Hudson pretende “dar mais experiência ao plantel” e “controlar a
irreverência do jogador jovem”.
O avançado brasileiro, Hudson, está de regresso a Vilar de
Perdizes, diretamente do Campeonato de Portugal, uma decisão que, segundo
Márcio Rodrigues, foi tomada com o “coração”.
“O Hudson não veio para o GD Vilar de Perdizes por dinheiro,
ele teve várias propostas da distrital do Porto e de Vila Real, mas veio para o
Vilar de Perdizes para uma casa que bem conhece, onde foi feliz, onde sabe que
vai ser bem tratado, onde sabe que vão cumprir com ele o primeiro ou último
dia, onde sabe que quando precisar a porta está sempre aberta e, portanto, foi
o coração que falou mais alto do que qualquer proposta. Não temos condições
para acompanhar o investimento abismal que muitos clubes têm feito e que cada
vez fazem mais nesta distrital. O GD Vilar de Perdizes, felizmente, até ao dia
de hoje cumpriu do primeiro ao último dia. Enquanto o Márcio Rodrigues liderar
o clube sempre assim será, pés sempre bem assentes na terra e se não podermos
ter um jogador mais caro, vamos ter um jogador mais barato e vamos tentar que
esse jogador mais barato tenha tanta competência e qualidade desse jogador mais
caro”.
No que diz respeito aos adversários que os “Guerreiros da
Raia” terão pela frente nesta edição 2025/2026 da Divisão de Honra da AFVR,
João Fernandes aponta o favoritismo ao CDC Montalegre e ao SC Régua, que
“partem em larga vantagem, porque são as equipas que financeiramente estão
melhor, conseguem atrair jogadores de maior qualidade e que estão a fazer
plantéis muito fortes”. O técnico dos barrosões deu ainda realce ao Vidago FC,
equipa liderada pelo seu ex-colega equipa técnica e “amigo já há muito tempo”,
onde destacou tratar-se de “um grupo que já joga há muito tempo junto e que são
bastante fortes”. Por fim, referiu clubes como o Mondinense FC e FC Santa
Marta, “que este ano também se está a reforçar muito bem”.
O
primeiro encontro de preparação do Grupo Desportivo de Vilar de Perdizes tem
data marcada para a próxima sexta-feira, dia 8 de agosto, no Complexo
Desportivo Municipal de Valpaços, diante do GD Valpaços.
Diogo Batista
Fotos:
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06/08/2025
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