Operacionais do Centro de Meios Aéreos de Chaves sem condições de acomodação

Autarca lamenta o atraso da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) na instalação dos módulos de contentores, que nos últimos anos têm servido de acomodação dos operacionais que estão destinados ao Centro de Meios Aéreos e aponta para a necessidade de uma solução definitiva.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) arrancou a 15 de maio, mas os operacionais que integram esta diretiva de reforço dos meios de combate a incêndios rurais não estão acomodados no espaço habitual, instalação da responsabilidade da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) no Centro de Meios Aéreos de Chaves, no Aeródromo Municipal.

As estruturas, contentores em módulos, ainda não foram instaladas pela ANEPC e quer o piloto, operacionais dos bombeiros e a equipa da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão sem condições de acomodação. O autarca de Chaves lamenta o atraso e realça que o problema estará relacionado com procedimentos de contratação.

“Era suposto que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tivesse a 15 de maio toda essa logística disponível no terreno para ser usada, mas a verdade é que isso não aconteceu. Dizem-nos que o procedimento de contratação que durou mais tempo, que terá ficado deserto e que estariam agora, a procurar encontrar soluções alternativas”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Chaves.

Nuno Vaz afirmou que foi solicitado à autarquia, em cooperação com outra instituição, a utilização do hangar do Aeródromo Municipal para acomodação dos operacionais.

“Hoje não estão reunidas as condições idóneas adequadas, para que efetivamente esta força, tão necessária, tenha as zonas de descanso, enfim, as zonas de trabalho necessárias para poder, naturalmente programar, preparar, descansar e isso naturalmente, é da responsabilidade da Autoridade Nacional de Proteção Civil que não pôde ou não soube, no momento certo, ter essas condições asseguradas neste território”, adiantou Nuno Vaz.

A situação é recorrente e o autarca flaviense aponta para a necessidade de uma solução definitiva que não tenha de recorrer a contentores.

“Ao fim de três ou quatro anos de alugueres de contentores, provavelmente os recursos seriam necessários para criar instalações definitivas e, portanto, o Município de Chaves estará perfeitamente disponível para consertar, protocolar e acordar com a Autoridade Nacional de Proteção Civil a construção de instalações definitivas, para que efetivamente todos os profissionais, todos os recursos humanos, tenham as condições idóneas e adequadas para puderem, operarem naquilo que é uma força fundamental, com dois meios aéreos, para aquilo que é uma resposta rápida e daquilo que é o combate aos incêndios rurais”.

Ao Jornal de Chaves, o Comandante Sub-regional do Alto Tâmega e Barroso, Artur Mota, admitiu que não existem condições para os operacionais e que a ANEPC terá relacionado este atraso com o facto do concurso ter ficado deserto. “O que nos foi transmitido é que este ano, a abertura do concurso terá sido realizada atempadamente, mas o concurso ficou deserto”.

Sem data prevista para a instalação dos contentores no Centro de Meios Aéreos, na freguesia de Vilar de Nantes, está a ser encontrada uma solução para a acomodação dos operacionais num edifício próximo, garantiu o Comandante Sub-regional do Alto Tâmega e Barroso.

O Jornal de Chaves tentou entrar em contacto com o Comando Regional do Norte sediado em Vila Real, mas até ao momento não foi possível.

O Centro de Meios Aéreos foi transferido há dois anos de Vidago para Chaves devido ao parecer negativo da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) à continuidade do Heliporto em Vidago.

“A razão pela qual os meios aéreos estão a funcionar no aeródromo de Chaves é por causa de um de um licenciamento da ANAC. Hoje, todos os meios aéreos, ligeiros ou pesados, têm que operar num espaço, numa helipista, autorizada pela ANAC e em Vidago não estava, nem podia estar, pelas condições do terreno e, portanto, foi encontrada, solução aqui do aeródromo, que tem naturalmente essas autorizações todas”, salientou Nuno Vaz.

AUTARCA ACREDITA QUE O AERÓDROMO PODE CUMPRIR MAIS FUNÇÕES

“É nossa intenção que este aeródromo possa cumprir várias funções, e a função da proteção civil é algo que pode fazer, durante três ou quatro meses de forma idónea, e poderíamos, naturalmente, cooperar em parceria com financiamento, naturalmente do Estado ou de Fundos Europeus e pudéssemos lá, porque temos condições físicas, temos terreno, para que se pudesse lá construir, enfim, instalações adequadas para, designadamente para o DECIR, mas que poderiam servir para enfim outras funções. E isso não colocaria em causa outras funções que o aeródromo tem, designadamente ao nível da emergência, que é fundamental para fazer o transporte de doentes emergentes para outras unidades hospitalares, esse objetivo também seria assegurado, mas ao mesmo tempo, também este nosso aeródromo cumpriria também outro papel, que é da formação de pilotos, de treino e também uma visão e uma vocação crescente que é poder ser também um espaço com alguma importância turística, no sentido de poder ser aqui uma plataforma importante para que alguns turistas pudessem vir até o território e pudessem utilizar o aeródromo e, portanto, todas estes três propósitos ou três grandes vocações, elas poderiam ser cumpridas de forma perfeitamente consertada e coerente. Por isso, esperamos que efetivamente haja uma reflexão e se possam pensar em instalações definitivas para que aquilo que frequentemente acontece, de não haver contentores, deixasse de acontecer”, concluiu o Presidente da Câmara Municipal de Chaves.

O reforço de meios do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais aconteceu a 15 de maio no que é denominado “nível Bravo”, numa fase que se prolonga até ao dia 31 de maio, altura em que os meios voltam a aumentar, entrando no “nível Charlie”, fase de 01 de junho a 31 de julho, com o DECIR na sua máxima capacidade de resposta. Segue-se o “nível Delta” em outubro.

 

Sara Esteves

Fotos: Carlos Daniel Morais


Partilha Facebook-
26/05/2025

Sociedade

partilha facebook