Steven Sanches e o jogo com o GD Chaves “B”: “Não vamos mudar em nada aquilo que é a nossa identidade”

Na véspera do dérbi flaviense, que colocará frente a frente, Vidago Futebol Clube e Grupo Desportivo de Chaves “B”, Steven Sanches, técnico dos “Conquistadores” fez a antevisão ao encontro relativo à 25ª jornada da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real (AFVR).

O treinador de 42 anos, que assumiu o Vidago FC, à entrada para a nona jornada da Divisão de Honra da AFVR, desde então somou 13 vitórias, três empates e uma derrota. O técnico barrosão começou por destacar a qualidade do adversário e, apesar dos bons resultados, acredita que há espaço para melhorar.

“Em primeiro lugar, deixar claro que temos noção do grau de dificuldade que vamos encontrar no sábado. Os resultados e a classificação do Chaves falam por si, têm sido, sem qualquer dúvida, a equipa mais forte do campeonato. Quanto a nós, não sei se diria que é a nossa melhor fase, porque, de facto, desde que eu cheguei, sinto a equipa num processo em crescendo, ou seja, é verdade que temos subido na tabela, estamos invictos há bastantes jogos, mas sinto a equipa em crescendo, esse próprio crescimento mostra-me que ainda não atingimos o verdadeiro potencial. Obviamente, o nosso processo competitivo é bastante diferente do que é o do Chaves “B”, que é profissional. O nosso está um bocado longe disso, ou seja, o próprio processo demora um pouco mais tempo por causa desse contexto competitivo que temos diariamente, mas sinto que a equipa ainda está aquém daquilo que pode ser a sua maior potencialidade de rendimento”.

 

Recentemente contou com a chegada de três reforços, Polycarp Amadi, Ricardo Faria e Tiago Santos. A defesa era o setor que mais precisava de ser reforçado? 

“Desde que cheguei, o plantel foi sempre o maior problema, não em questões de qualidade, porque é de opinião quase unânime que o plantel do Vidago é de muita qualidade, o problema é que era curto. Por exemplo, tivemos de adaptar o Covas ­­­­­a defesa central e não ficamos a perder. O Tiago Covas é um miúdo com muita margem de progressão, de muita qualidade e inteligência de jogo, o que lhe permitiu adaptar-se bem à posição e evoluir a defesa central com as características que eram requeridas, principalmente, para o tipo de jogo que fazemos. O Covas tem sido um miúdo exemplar, tem crescido a olhos visto, até mais depressa daquilo que eu esperava, aquando dessa adaptação. A vinda do Amadi foi para solucionar uma das lacunas, só tínhamos o Covas adaptado, o Meireles que também não era central, mas desde a época passada vinha a jogar nessa posição. Foi uma adaptação incrível do Meireles, neste momento tem tudo o que se pode pedir a um central, está um “centralão” feito. O Amadi veio-nos dar mais soluções, porque como eu disse, havia qualidade no plantel, mas era curto. Além do Amadi, fomos buscar o Tiaguinho (Tiago Santos), que já tinha passado pelo GD Chaves “B”, tinha sido meu jogador nos juniores e regressou o Ricardo Faria, um jogador que tinha estado no Vidago no ano passado. Mais do que colmatar alguma posição, foi mais a questão de conseguir ter mais qualidade para o próprio treino e para o próprio jogo, porque quando há poucas soluções, às vezes não temos jogadores no plantel com as características que o jogo pode estar a pedir. Com estes reforços já temos um leque de soluções para responder às nuances que vão acontecendo durante os jogos.”


O GD Chaves “B” está isolado em primeiro lugar, com sete pontos de vantagem sobre o Vidago, tendo em conta esta margem de manobra, acredita que o conjunto de Carlos Guerra terá uma abordagem mais ponderada?

“Eu creio que o Chaves quererá vencer o jogo, conhecendo as pessoas que lá trabalham, conhecendo o plantel e a qualidade da equipa, o objetivo principal deles será ganhar o jogo. Sobre a estratégia que vão adotar é uma incógnita, em termos de estrutura tática eles foram variando, por isso, estamos preparados para uma ou duas situações diferentes. É o que temos feito durante a semana para preparar este jogo, mas acima de tudo focamo-nos muito naquilo que somos, daquilo que podemos fazer, daquilo que são as nossas armas, o que podemos aportar no jogo e queremos muito levar o jogo para o sentido que nós queremos. Queremos ter bola, queremos gerir e posso garantir, com todo o respeito pelo adversário, que não vamos mudar em nada aquilo que é a nossa identidade e a nossa ideia de jogo.”

 

A jogar perante dos seus adeptos e estando habituado ao relvado, sente que são fatores que podem impulsionar o Vidago para conquistar o resultado que ambiciona?

“Em relação ao relvado, obviamente, que estamos mais habituados a ele do que qualquer outra equipa que se desloque a Vidago, mas pela nossa ideia de jogo e pela forma que queremos valorizar a posse de bola, o relvado tem prejudicado mais a nós do que aos adversários. Quanto aos adeptos tem sido espetacular, de domingo para domingo, temos tido mais gente, até nos jogos fora temos tido um crescendo de adeptos e simpatizantes do Vidago a acompanhar-nos e esse crescimento, obviamente, que se deve aquilo que temos feito, mas também se deve ao apoio que têm sentido. Isso traz outra motivação e outra ambição aos próprios jogadores. Isso está tudo relacionado, uma simbiose entre jogadores e adeptos, que sinto que está em crescendo e isso também fará a diferença no sábado frente ao Chaves. O apoio dos adeptos será, certamente, encorajador e vai-nos empurrar para o resultado que queremos”.

O dérbi flaviense da jornada 25 da Divisão de Honra da AFVR terá palco no Complexo Desportivo João Oliveira, amanhã, dia 1 de março, às 15h.

Texto: Diogo Batista
Foto: Vidago FC


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28/02/2025

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