Aprovados projetos de resolução para criação de acesso direto à A24 na zona de Vila Pouca de Aguiar
Empresários do setor do granito congratulam a aprovação dos projetos de resolução.
O Parlamento aprovou esta
sexta-feira, 07 de fevereiro, na generalidade quatro projetos de resolução
apresentados pelo Chega, PS, PSD e CDS-PP que defendem a criação de um acesso
direto à Autoestrada 24 (A24) a partir da serra da Falperra, fortalecendo o
setor do granito nesta região.
O projeto do Chega foi aprovado
com a abstenção do BE, PCP e Livre. Já os projetos do PS, PSD e CDS-PP foram
aprovados na generalidade por unanimidade.
Trata-se de uma reivindicação
antiga dos industriais do setor do granito da região, com mais de 15 anos que
vai permitir a redução de custos de transporte, melhoria de mobilidade,
segurança e competitividade das empresas do setor, disse a Associação dos
Industriais do Granito (AiGra).
“Este é um marco histórico
para o setor do granito na região, representando a concretização de uma
reivindicação de mais de 15 anos, essencial para a melhoria da mobilidade,
segurança e competitividade das empresas do setor”.
Mauro Gonçalves, presidente da
AiGra quer agora que a construção de uma nova entrada e saída na Serra da
Falperra, junto às pedreiras de granito amarelo, no concelho de Vila Pouca de
Aguiar, seja concretizada com celeridade.
“Esperamos agora que, o
Ministério das Infraestruturas atue com a celeridade necessária para que esta
obra avance sem demoras, garantindo as melhorias logísticas e estruturais que
tanto beneficiarão a economia local e nacional”, lê-se numa nota enviada à
redação.
O texto final do Projeto de
Resolução do Chega, apresentado a 28 de agosto de 2024, aponta que a execução
deste acesso se revela como “uma medida estratégica fundamental para o
fortalecimento do setor de rochas, mormente a relacionada com a exploração do
Granito Amarelo Real na Falperra, a que se agregam benefícios económicos,
ambientais e sociais que se configuram como fulcrais para o desenvolvimento
sustentável da região”. A concretização desta medida, é inquestionável
que sendo este setor uma das principais fontes de empregabilidade na região,
deverá ser facilitada pela melhoria nas infraestruturas rodoviárias,
objetivando por um lado o combate à desertificação e, por outro lado, a
promoção da coesão social, a valorização dos produtos locais, com a agregada
minimização das assimetrias e o fortalecimento da economia regional”.
Já o Projeto de Resolução do PS,
apresentado a 27 de setembro de 2024, assenta na importância que esta
infraestrutura trará à região.
“A criação de um nó de acesso
à autoestrada A24 é de extrema importância para o setor uma vez que permitiria
a mudança para um trajeto de 10 km que resultaria numa economia significativa
de combustível e eliminação dos custos adicionais de manutenção associados ao
atual trajeto mais longo. A redução do tempo de viagem permitirá uma utilização
mais eficiente dos recursos e um aumento da capacidade de respostas das empresas
às necessidades dos clientes, para além de que a redução do consumo de
combustível contribuirá para uma menor pegada de carbono com vista uma maior
sustentabilidade ambiental”. Do ponto de vista da segurança, os socialistas
apontam “fator crucial para qualquer operação industrial, especialmente nas
atividades de alto risco como as que são desenvolvidas nas pedreiras, a criação
de um nó de acesso direto à A24 para as pedreiras situadas na Serra da Falperra
é uma medida essencial que melhoraria de forma significativa a resposta a
emergências e, consequentemente, a segurança dos trabalhadores e da comunidade
local. Desde logo pela redução do tráfego de veículos pesados em vias
secundárias, reduzindo o risco de acidentes e aumentando a segurança geral nas
zonas urbanas, mas também pela possibilidade de uma mobilização mais rápida de
serviços de emergências em caso de incidentes graves, protegendo tanto os
trabalhadores como os residentes locais”.
No mesmo sentido, o Projeto de
Resolução do PSD, apresentado a 04 de outubro de 2024, de criação de um
nó de acesso à autoestrada, numa área central e onde existe uma saída de emergência
da A24 e a consequente requalificação da acessibilidade até a Estrada Nacional
212 “é de relevante importância para o sector, permitindo reduzir os tempos
de percurso nos trajetos das viagens dos trabalhadores e dos camiões que
transportam o expedem os blocos de granito; reduzir os custos quer em
combustível quer em manutenção de carrinhas e camiões; facilitar a capacidade
de resposta dos serviços de socorro em caso de eventuais acidentes de trabalho;
melhorar as condições ambientais quer pela redução das emissões de CO2 quer
pela diminuição do tráfego pelos estradões em terra batida que deste modo têm
que ser alvo de assíduas intervenções de manutenção e reduzir os gastos e
consequente melhorar a capacidade económica das empresas”. “Uma articulação
rápida (em menos de 6Km) à rede nacional de estradas, especialmente à EN212 e
desta ao IP4, mas também a todo o planalto de Jales, com relevância para a
acessibilidade à Área de Exploração de Ouro de Jales (atualmente em prospeção,
mas com projeção para exploração), ao Complexo Mineiro Romano de Tresminas
objeto de preparação de candidatura a Património Mundial, mas também ao mundo
rural apoiando a agricultura”, é outra das vantagens apresentada.
Por último, o Projeto de Resolução
do CDS-PP, de 12 de dezembro de 2024, aponta que a “ausência de um
acesso direto à A24 obriga os transportadores a percorrer um trajeto de
aproximadamente 80 km, que poderia ser reduzido para apenas 10 km com a criação
de um nó rodoviário. Esta alteração reduziria em média 1,83 horas por viagem,
melhorando significativamente a eficiência logística”. A concretização
deste projeto “também teria impactos relevantes na segurança dos
trabalhadores, facilitando o acesso de serviços de emergência, como o INEM e os
bombeiros, em situações de acidentes de trabalho, incêndios ou outras
emergências. Um exemplo concreto é a redução do tempo de deslocação entre a
Serra da Falperra e o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, de 38
minutos para cerca de 15 minutos”. Em termos económicos, “estima-se que
a criação do nó de acesso permitirá uma poupança anual de aproximadamente
26.250 euros em combustíveis e 4.000 euros em custos de manutenção de veículos.
Paralelamente, haverá um impacto ambiental positivo devido à redução das
emissões de dióxido de carbono, alinhando-se com as metas de sustentabilidade e
transição climática. Para além da melhoria direta nas condições logísticas, a
obra estimulará o desenvolvimento econômico da região, promovendo investimento,
aumentando a competitividade das empresas locais e criando mais oportunidades
de emprego”.
Na serra da Falperra localizam-se
cerca de 20 pedreiras para extração de granito amarelo. O setor gera cerca de
40 milhões de euros anualmente com uma produção estimada de 1,2 milhões de
toneladas de granito amarelo, sendo 80% destinado à exportação. Esta atividade
emprega diretamente cerca de 650 trabalhadores.
Sara Esteves
Foto: DR
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07/02/2025
Sociedade
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