Aldeia de Sidrós vai celebrar mais uma festa na Ponte de Misarela

A aldeia de Sidrós, freguesia de Ferral, no concelho de Montalegre, celebra no primeiro sábado de julho mais uma festa da "Ponte da Misarela".

Um cartaz cultural, apoiado pelo município de Montalegre, que promete voltar a reunir centenas de curiosos num dos locais mais encantadores do território, assegurou o município.


AMOR PROIBIDO 

«O espetáculo "Amor Proibido" nasce da vontade de unir a comunidade de Montalegre na criação de um espetáculo que não apenas entretenha, mas também celebre a rica história local. Ao contar a história de um amor proibido durante as Invasões Francesas, este projeto promove a preservação da cultura, estimula o envolvimento comunitário e contribui para o desenvolvimento turístico da região. A apresentação está agendada para o primeiro sábado de julho de 2024, prometendo ser um evento inesquecível para todos os envolvidos e para aqueles que terão o privilégio de testemunhar esta produção inédita.»


LENDA

Reza a história que este estranho namoro nas terras do Barroso, que esta gente era simples e forte, crente e temente a Deus e "medrosa" do diabo. Tudo começa quando um criminoso, que vagueava escondido pela região, foi perseguido e descoberto pelas autoridades locais. Numa fuga, pois era bem conhecedor do local, deparou-se com um obstáculo. Um rio, de Rabagão de seu nome, entre os enormes penhascos. Apelou ao diabo e aquele fez aparecer a ponte a troco da alma. O negócio ali foi selado, e o criminoso passou a ponte e, após estar bem assente do outro lado, o diabo fez esfumaçar a ponte. Dessa forma, as autoridades não conseguiriam apanhar o "fuinha". Mais tarde, já arrependido, confessou-se a um frade e, criminoso que é criminoso, volta sempre ao local do pecado, e este dirigiu-se para o lugar, mas acompanhado do frade. Quando o "fuinha" apelou novamente ao diabo, este fez aparecer a fria ponte, mas o frade - quando o criminoso ia a meio da travessia -, benzeu-a e a ponte ali ficou até aos dias de hoje, fazendo também como que o "fuinha" recuperasse a alma. A história correu de boca e boca, e passou a ser local de "fertilidade". Daí para a frente, quando uma mulher não "levava os filhos a cabo", deslocava-se à "ponte do diabo" e pernoitava lá até alguém passar. O primeiro a chegar teria que ser padrinho ou madrinha da criança, que haveria de se chamar Gervásio, se fosse rapaz, e Senhorinha, se fosse rapariga, numa espécie de um pré batismo para que a gravidez fosse a bom termo.


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18/06/2024

Sociedade

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