Jovens preferem interior do país para estudar
O preço mais acessível do alojamento e o modo de viver nas cidades com menos população são os principais motivos apontados pelos estudantes para a escolha de universidades localizadas no interior do país.
Francisca Pacheco e Gonçalo Ferreira entraram no Instituto Politécnico de
Bragança (IPB), na escola Superior de Hotelaria e Bem-Estar (ESHB), em Chaves.
Escolheram o curso de Fisioterapia e estudar no interior do país, por questões
financeiras e para fugir ao stress
das grandes cidades. Gonçalo veio da Madeira e Francisca é dos Açores. Ambos
explicam ao Jornal de Chaves o que os levou a escolher estudar em Chaves.
“Escolhi
o interior porque nas cidades grandes é muita confusão. Aqui é muito parecido à
ilha, é pequeno e acolhedor e porque, a nível financeiro é mais económico. No
resto do país está tudo muito caro”, revela
Francisca Pacheco, estudante do curso de Fisioterapia. Esta aluna de 19 anos adianta
ainda que, a primeira opção foi Leiria, uma cidade calma, e que nem sequer
tentou outras cidades “Estava fora de
hipótese”.
Da ilha da Madeira, Gonçalo Ferreira optou pelo
interior porque “como vivo numa ilha, não
ia estar habituado às cidades grandes como Porto, Lisboa, Aveiro, e assim. E
então escolhi vir mais para o interior, mais propriamente para Chaves. É
acolhedor e um pouco idêntico à ilha”, explica este estudante do primeiro
ano da licenciatura de Fisioterapia.
“Temos
tido [alunos] da região centro, norte, mais porto precisamente do Porto, pela
facilidade que aqui, ainda existe em arranjar habitação e acho que
essencialmente pelos preços que são praticados”, diz Maria José, da comissão instaladora da Escola
Superior de Hotelaria e Bem-Estar (ESHB). Professora desta instituição de
ensino público revela que escola tem acolhido alunos das ilhas “Acho que é uma questão de tempo. Estamos de
certa forma a divulgar o curso e a fazer o mesmo que aconteceu em Bragança que
é ter uma cidade cosmopolita, com uma diversidade de estudantes de diferentes
pontos do país e não só, também queremos captar internacionais”.
Estes são alguns dos jovens que fogem àquilo que parece ser regra em grande
parte dos estudantes portugueses. É nos territórios com menor população que
conseguem alojamento a preços mais acessíveis, admitem.
Lais Silva nasceu no concelho de Paredes, no Porto. Estuda Gestão Hoteleira
e revela ter tido “sorte” na hora de encontrar casa. “Estou a pagar 170 euros, com
tudo incluído mas foi mesmo um achado. Muitos dos meus colegas estão a pagar de
200 euros para cima já com despesas incluídas. É o preço que encontramos por
Chaves. Viver no Porto, Braga ou Aveiro é um valor que muito poucas famílias,
hoje em dia, conseguem suportar”.
“A CIDADE É MUITO
ACOLHEDORA”
Com cerca de 150 alunos, a recém escola Superior de Hotelaria e Bem-Estar,
do Instituto Politécnico de Bragança, é entre vários motivos a opção de muitos
estudantes de diferentes zonas do país. A cidade flaviense está a
surpreendê-los.
Rúben Morais é natural do concelho de Viana do Castelo. Quer seguir a
vertente de Fisioterapia Desportiva. Foi acolhido em Chaves e garante que “não quer sair”. “Depois de estar aqui na semana de integração não quero sair. Estou a
gostar bastante porque o ambiente é bom. As coisas estão perto uma das outras.
Por exemplo, ir ao supermercado são dois minutos e para ir a escola é rápido”, explica-nos Rúben Morais.
“Escolhi
o IPB porque me falaram muito bem desta escola e vim para cá. Estou a gostar
muito quero seguir termalismo”, diz
ao Jornal de Chaves Laura Lama Opazo, de Xinzo de Limia, Espanha. De Cabeceiras
de Basto, distrito de Braga, também Francisco Barroso está rendido à cidade.
Aluno de Direção e Gestão Hoteleira sonha entrar no mercado do setor turístico
assim que terminar a licenciatura. “A
cidade é muito bonita. É pequena dá para conhecer tudo a pé. É bom”.
OBRAS PARA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA ARRANCAM “BREVEMENTE”
Para responder às necessidades habitacionais dos estudantes do ensino
superior público, o concelho de Chaves terá em breve uma residência
universitária, AquaResidence, do Instituto Politécnico de Bragança,
com capacidade para 120 camas, com um pacote financeiro de quatro milhões de
euros.
“Neste momento já foi lançado o processo de
contratação pública e esperamos que as obras iniciem em breve. Estará pronta
daqui por dois anos. Teremos 120 camas, o que será bastante interessante para
poder receber estes alunos que vêm de longe”, apontou Maria José, da comissão instaladora da ESHB.
PAVILHÃO EXPOFLÁVIA EM OBRAS
A maioria das aulas nesta escola são lecionadas
nas instalações do AquaValor, Centro de Valorização e Transferência de
Tecnologia da Água (CoLAB), no centro da cidade de Chaves mas também, no
Auditório Luiz Coutinho e no Balneário Pedagógico de Vidago. Em breve, o Pavilhão
Expoflávia entrará em obras para receber aulas dos alunos dos cursos de
Termalismo e Bem Estar e Fisioterapia.
“Neste momento, as aulas
vão funcionar no AquaValor, no Balneário Pedagógico de Vidago mas estamos a
fazer obras no Pavilhão Expoflávia para criar seis salas e um ginásio onde vai
funcionar o curso de Termalismo e Fisioterapia. Estamos a utilizar algumas
instalações do município como por exemplo, o Auditório Luiz Coutinho e a
solicitar instalações para dar resposta ao número de alunos que temos e às
unidades curriculares no entanto, perspetivamos já em fevereiro utilizar as instalações
do Pavilhão Expoflávia”, anunciou a professora
Maria José do IPB.
Quanto à construção do campus da Escola Superior de Hotelaria e Bem Estar, Maria José, da comissão instaladora destaca
que o IPB está “a organizar e a preparar um projeto para o
ordenamento do campus e portanto, a ideia é que no futuro se construa esse projeto
para podermos fazer candidaturas no âmbito do 2030 ou de outras que possam
surgir mas sim, a ideia é construir um campus e uma escola”, termina por
dizer.
Na Escola Superior de Hotelaria e Bem Estar, do
Instituto Politécnico de Bragança, funcionam duas licenciaturas: Gestão de Direção
Hoteleira, Fisioterapia (da Escola Superior da Saúde do IPB), e três Cursos
Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP): Termalismo e Bem Estar, Terapias de
Beleza e Bem-Estar e Operações Hoteleiras.
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26/09/2023 Jornalista: Sara Esteves Repórter de imagem: Carlos Daniel Morais
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