CANTO CURTO - OPINIÃO DE SEBASTIÃO IMAGINÁRIO

A NOSSA SINA: SOFRER

O campeonato será de sofrimento, mas acredito que conseguiremos os nossos objetivos porque temos uma equipa com uma imensa alma. Por isso, temos que acreditar neles e no trabalho do treinador e restante equipa técnica.
“Canto Curto” regressa nesta edição ao convívio dos leitores, comprometendo-me que quinzenalmente, caso não haja qualquer imprevisto, estaremos em contato.
Fazer novamente história. Alvalade não foi o único marco histórico dos “Valentes Transmontanos”. Em Braga também se matou outro borrego. Agora, só falta vencer no Dragão e na Luz para continuar a fazer história. No entanto, mais importante que isso é amealhar pontos que nos garantam o objetivo de manutenção.
O excelente golo de Hector Hernández permitiu aos “Valentes Transmontanos” regressarem aos triunfos volvidas quatro jornadas.
Ao invés do que aconteceu com o Estoril, em Braga fomos fiéis ao futebol de posse e triangulações. O ADN da equipa regressou, mesmo perante um fortíssimo adversário.
Jogar em Braga contra um putativo candidato ao título, que tem o melhor ataque da competição, naturalmente que iria exigir da nossa equipa grande compromisso, rigor e muita alma. Claro que a vitória foi sofrida. Claro que também não me custa reconhecer que houve momentos em que tivemos uma pontinha de sorte, mas esta dá muito trabalho. Contudo, é indesmentível que o grupo de trabalho mereceu. Enfim, foram “Valentes Transmontanos”.
Registe-se a estreia do jovem flaviense Edu Borges de quem me dizem trabalhar muito bem e com grande humildade para apreender. Se mantiver este caminho tem o treinador certo para potenciar as suas qualidades.
Vencer foi ótimo, mas não podemos embandeirar em arco. Foram apenas três pontos na nossa longuíssima caminhada.
Desde a saída de Kevin Pina que o nosso meio campo não tem tido um número seis de raiz, o que habitualmente designamos por trinco, o que tem criado algumas dificuldades. O treinador tem procurado atenuar essa situação, fazendo uma espécie de duplo pivot com João Teixeira e Guima. Em Braga fizeram um jogo de “mão-cheia”. Contudo sejamos honestos: até agora não havia qualquer solução no seio do plantel e Sarr vai precisar de tempo (falhou o jogo por lesão). Não sendo a solução ideal é a possível.
Nada contra as saídas de Batxi e Kevin Pina, até porque parece-me que foram bons encaixes financeiros e os jogadores foram usufruir ordenados que talvez só os grandes e o Sporting de Braga possam pagar. No entanto, a SAD deveria ter acautelado essas situações e isso é cada vez mais importante nos dias que correm.
Agora, tenho a noção que não será fácil substituir esses jogadores essencialmente pela dinâmica e conhecimento que tinham da forma de jogar da equipa.
As chegadas de Carlos Ponck, Luther Singh (dois regressos), Sarr e Abass (boa exibição na Pedreira) vieram trazer mais equilíbrio ao plantel. No entanto, têm andado a fazer a pré-época com o campeonato em andamento, e que, naturalmente, precisam de tempo para conhecer as ideias e os princípios do treinador.
Ora, nesta altura não é possível fazer mais nada. É com estes jogadores que temos que ir à luta.
O campeonato será de sofrimento (poderia ser menor se tivéssemos atuado no mercado com maior prontidão e assertividade), mas acredito que conseguiremos os nossos objetivos porque temos uma equipa com uma imensa alma. Por isso, temos que acreditar neles e no trabalho que tem sido desenvolvido pelo treinador e restante equipa técnica.

Sebastião Imaginário

PS: Artur Jorge, treinador do Braga, justificou-se na sala de imprensa com o pouco tempo útil do jogo. À hora que escrevo ainda falta um jogo, sendo que neste momento só houve 3 jogos com mais tempo útil. Cheira-me a desculpa de mau perdedor.


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11/10/2022 Jornalista: Sebastião Imaginário

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