CHAVES: Fadomorse alia-se à Orquestra de Sopros da Academia para espetáculo musical

Encontro será dividido em dois concertos, que vão decorrer nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2023 no Casino de Chaves.

“Fadomorse vai comemorar o 25.º aniversário e para a celebração da efeméride, o coletivo artístico, com raízes transmontanas, com o apoio da Direção-Geral das Artes, alia-se à Orquestra de Sopros da Academia de Artes de Chaves para um espetáculo musical, que levará a palco vários temas célebres dos álbuns editados e algumas estreias. Este encontro divide-se em dois concertos, que vão decorrer nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2023 no Casino de Chaves, e ficarão eternizados em registo audiovisual. O mentor de Fadomorse, Hugo Correia, é natural de Trás-os-Montes, onde iniciou o seu percurso musical. Esta reunião, entre uma das melhores orquestras de sopros não-profissionais do país e Hugo Correia, torna-se, então, natural e inevitável, permitindo atestar a qualidade artística e pedagógica daquela região.

Depois de estudar no Conservatório de Música e Dança de Paris, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, Hugo Correia regressou a Mirandela para lecionar. As influências absorvidas na experiência internacional fizeram emergir no artista uma vontade de fundir o vocabulário da música transmontana com o jazz, a eletrónica e a improvisação. Assim, surgiu Fadomorse, cujo nome resulta da junção de “fado” (palavra universal que identifica a nacionalidade do núcleo e de toda a cultura lusófona com a qual o projeto vive uma relação dialética) e “morse” (sistema de código afamado por servir a humanidade nas emergências, quando é preciso socorrer e pedir socorro). O que o epíteto designa não só o projeto artístico, mas também uma forma de estar na música. Desde o início que Fadomorse pauta a sua criação artística pela constante desconstrução estética, criando diálogos com os limites da criação musical. As influências musicais provêm tanto do passado histórico e cultural português, como do cancioneiro e instrumentação tipicamente associada à tradição, transformando-os sem fronteiras estéticas, nem sonoras. Às técnicas de composição vanguardistas e aos instrumentos eletrónicos, juntam-se, em palco, a gaita mirandesa, o cavaquinho, a viola braguesa, a guitarra portuguesa e várias percussões tradicionais, cujos timbres remetem para a identidade da música portuguesa. Liricamente, Fadomorse condensa uma mensagem sociopolítica forte, a fim de espoletar pensamentos e intervenções. Fadomorse transporta para palco esta simbiose entre diferentes influências artísticas, o que faz deste um projeto singular no contexto cultural e um objeto artístico incontornável.

A simbiose entre Fadomorse e a Academia de Artes de Chaves é mais do que uma experiência artística, é também uma experiência pedagógica. Ao aliar o legado musical dos Fadomorse com a Orquestra de Sopros da AAC, vai abrir-se a possibilidade de explorar, até ao limite, incontáveis formas musicais e de instrumentação, revelando um ato artístico surpreendente e singular na criação, na performance e no registo audiovisual. Este cruzamento visa, assim, ser uma plataforma de difusão do trabalho da Academia de Artes de Chaves que, com mérito reconhecido e atestado por dezenas de prémios nacionais e internacionais conquistados, se afirma cada vez mais como um elemento artístico distinto e que em muito contribui para o combate às desigualdades sociais, económicas, territoriais e culturais que se acentua no interior do país. Para os concertos, Hugo Correia vai convidar vários artistas e intérpretes que, ao longo deste quarto de século colaboraram com Fadomorse.


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11/09/2022

Cultura

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