''Camisola do Desportivo de Chaves é a minha segunda pele''

João Lameirão é o sócio 204 dos Valentes Transmontanos e adepto incondicional do clube do seu coração, que acompanha trajado a rigor o seu clube para todo o lado.

De regresso ao patamar maior do futebol nacional o Desportivo de Chaves sempre foi um clube de grande mística para os seus adeptos e entre os muitos que se destacam pelas mais diversas particularidades, destaca-se João Lameirão que aos 53 anos tem 35 camisolas relacionadas com o clube e não esconde o orgulho que sente quando as veste.
''A camisola do Chaves é a minha segunda pele. Sempre que posso ando com camisolas do Chaves, independentemente de haver futebol ou não. Faço questão de representar o clube onde quer que vá e sempre trajado com o emblema ao peito'', começou por dizer João Lameirão que nem consegue explicar como nasceu a sua paixão por este clube.
''Sempre me lembra de gostar do Chaves. Era miúdo quando comecei a ir ao estádio. Andava sempre ali na zona do Calvário e como estava muito tempo no Aprígio ia com eles ao futebol e foi assim que esta minha paixão foi crescendo''.
Já com a camisola oficial de época 2022/23 vestida, que eleva a sua coleção para 35 no total, João explicou que ''arranjo as camisolas através de alguns jogadores com quem fiz amizades ao longo das épocas e a quem pedi. Outras, as que gosto, compro mal o clube as coloca à venda e visto tudo com enorme orgulho e tanto faz que seja dia de jogo ou não, pois eu gosto da camisola do meu clube e como me sinto bem com elas, ando muitas vezes vestido com a camisola do melhor clube do mundo que é o meu Chaves''.
No meio de tantas camisolas, umas são mais especiais do que as outras e foi com orgulho que nos falou e contou algumas das historias destas camisolas. ''Especiais são todas isso não tenho qualquer duvida e todas contam alguma historia, mas… tenho sempre algumas que marcaram um pouco mais, como por exemplo na subida de divisão em 2016, quando entrei no relvado em Portimão a chorar, o Diogo Coelho viu-me a chorar e deu-me a camisola dele. Tenho também uma camisola comprada por mim da época em que fomos à final da Taça de Portugal com a frase ‘Sois o meu orgulho’, ou o polo de saída que usei nessa subida de divisão com outra frase minha que dizia ‘Com a vossa dedicação e a nossa paixão voltámos à 1ª Divisão’, mas talvez a mais antiga que tenho e mais forte em termos de festa histórica foi a da primeira subida do Chaves à I Liga em 1984/85, após se ter consagrado como vencedor da liguilha de acesso à 1ª Divisão'', frisou João Lameirão que ainda se lembra de todos os pormenores desse jogo. ''Foi um jogo de loucos e conseguimos uma vitória sobre o União da Madeira, no Funchal, por 4-3 e conquistamos pela primeira vez um merecido lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, colocando desta forma o clube numa nova posição no panorama nacional e dando início a uma nova página na história desportiva da cidade e da Região Transmontana. Foi uma festa nunca antes vista e toda a região comemorou''.
Trás-os-Montes volta agora, três anos depois da última despromoção, a ter um clube na Liga bwin, sob o comando técnico do treinador Vítor Campelos. João Lameirão só quer cumprir a promessa ao São Caetano mas… bem antes do final do campeonato. ''Espero que seja uma boa temporada, que nos consigamos manter e que eu continue a ir ao São Caetano a pé'', pois tal como nos explicou, sempre que o clube alcança a manutenção na 1ª Liga (e aponta como meta os 35 pontos), João Lameirão vai cumprir a promessa de ir ao São Caetano a pé, mas nunca faz os 14 km de distância sozinho e para além da sua sobrinha Daniela que ''já tem a mesma paixão e vai ser ela que vai ficar com todas estas camisolas, tenho um grupo de amigos que se costumam juntar a mim nesta caminhada'', concluiu o sócio 204 dos Valentes Transmontanos que no final dobrou todas as camisolas com ''o cuidado e carinho que esta minha segunda pele merece''.


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23/08/2022 Jornalista: Paulo Silva Reis

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