CHAVES: Preocupação com a água aumenta no Concelho de Chaves

36 localidades de 17 freguesias do Concelho de Chaves, estão a ser abastecidas pelos bombeiros, com a água a ser cortada em alguns momentos do dia e durante a noite.

No Concelho de Chaves a água da rede pública é fornecida pela empresa Águas do Norte, através da barragem das Nogueirinhas e do Alto Rabagão, bem como de dezenas de nascentes e furos hertzianos, que são geridos pelas juntas de freguesias.
A escassez de água faz com que o município de Chaves esteja já a preparar medidas de contingência para implementar de forma gradual.
A seca tem sido muita neste ano de 2022 e preocupa, um pouco por todo o lado, os autarcas que começam a preparar planos e medidas para fazer frente à escassez de água.
Em Chaves a água faz parte das grandes preocupações do executivo que prepararam uma campanha de sensibilização para que haja um maior compromisso por parte de todos para estimar este bem tão precioso.
Em algumas aldeias do concelho já está a ser feito o transporte da água do município pelos autotanques dos bombeiros, para os depósitos que fornecem água às populações.
36 localidades de 17 freguesias do Concelho de Chaves, estão com problemas nos seus depósitos e os bombeiros das três corporações do Concelho de Chaves, já abastecem 36 localidades. Vila Nova de Monforte, Casas de Monforte, Lagarelhos, Agrela, Couto, Cambedo, Assureiras, Cimo de Vila da Castanheira, Nantes, Avelelas, São Lourenço, Oucidres, Santa Cruz da Castanheira, Amoinha Velha ou Noval, são algumas das freguesias onde os bombeiros abastecem os tanques com regularidade.
Para Lígia Silva presidente da junta de freguesia de Cimo de Vila da Castanheira, ''a forma que encontramos para que todos possam ter direito à água, principalmente durante a manhã, horas de almoço e jantar, é racionar e fechar a água durante a noite para evitar que as pessoas façam as regas agrícolas de madrugada''.
A mensagem para que as pessoas tenham cuidado com a poupança da água é repetida após as missas um pouco por todas as localidades, mas o certo é que o problema já não vai com prevenção. Ele existe, como nos explicou Carlos Chaves, presidente da junta de Freguesia de Soutelo, Seara Velha e Noval.
''Em anos anteriores tínhamos sempre que ser abastecidos pelos bombeiros em Seara Velha. Este ano fizemos a limpeza das nascentes e até ao momento o depósito está a dar resposta, mas este foi um caso onde a água se perdia da nascente até ao depósito e até pode estar a acontecer noutros locais, mas a situação parece-me bem mais grave e a realidade é que a grande parte das nascentes secaram e com o triplicar da população, ou até mais, como temos o caso de Noval, a água nunca vai ser suficiente e daí termos que recorrer aos bombeiros com o depósito completamente seco'', disse Carlos Chaves, que não esconde que também já pondera o racionamento da água. ''Com as coisas a continuarem assim não está fora de hipótese o termos de cortar a água durante a noite e as pessoas até já estão a par dessa possibilidade''.
Outro dos problemas que ocorrem com alguma frequência em muitas das localidades é as roturas que se devem ao aumento da pressão e o calibre das condutas, algumas delas antigas, não aguentam.
António Silva de 77 anos, agricultor de Casas de Monforte, garante que a água é pouca ''mas se fosse para ser usada como deve ser e só fossemos os que por cá andam o ano inteiro chegava, o problema é que no Verão somos muitos mais e anda para aí muita gente a encher as piscinas e tanques durante a noite e de manhã a água já nem para fazer a comida chega''.
O autarca Nuno Vaz diz que ''mais importante do que a resposta da câmara e juntas, é a resposta individual e coletiva dos cidadãos, pois em situações de maior exigência e criticidade poderá vir a ser necessário tomar decisões de racionar a utilização da água''.
O nível da água da albufeira do Alto Rabagão (Pisões), em Montalegre, desceu cerca de 30 metros e está com cerca de 20% da sua capacidade de armazenamento, mas o autarca referiu que ''o impacto é tremendo. No entanto, a entidade que faz a gestão, a Águas do Norte, tem-nos transmitido uma mensagem de tranquilidade e de que nos próximos dois anos haverá capacidade suficiente para garantir o fornecimento de água às respetivas populações''.
Sem chuva e com as temperaturas a manterem-se elevadas o presidente da Câmara Municipal de Chaves deixou o alerta. ''Se a água tratada for destinada exclusivamente a estas finalidades, como consumo humano, confeção de refeições e higiene pessoal, seguramente teremos capacidade para garantir a água, mas se for usada para rega de jardins, de hortas, lavar viaturas ou pavimentos, então ela será manifestamente insuficiente'', disse Nuno Vaz


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17/08/2022

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