O
Coordenador da Escola Geração Talentos de Chaves, assenta como uma luva neste
programa da Linha Lateral, uma vez que Rui Mota está ligado há cerca de 10 anos
à formação de jovens atletas no futebol e um dos assuntos mais comentados ao
longo dos vários programas da Linha Lateral, a formação.
Canal
Alto Tâmega- Como é que surgiu a ideia de criar a Escola Geração Talentos de
Chaves?
Rui
Mota: “Em 2010, surgiu a Escola do Benfica em Chaves, foi
criada uma escola com apenas 30 ou 40 atletas e que depois foi crescendo
exponencialmente, foi evoluindo em termos da participação nos campeonatos
distritais e desde então, por via dessa participação nos campeonatos
distritais, criamos um clube para que pudesse competir nesses campeonatos
federados. Ao longo destes anos, temos observado um crescimento bastante
grande, quer em termos de atletas, quer em número de atletas a participar nos
campeonatos distritais.”
Canal
Alto Tâmega - Anteriormente, conhecíamos a Escola Geração Talentos de Chaves
como Escola de Futebol Geração Benfica, qual foi a origem desta mudança de
nome?
Rui
Mota: “Em 2010 foi criada a Escola do Benfica em Chaves,
obviamente que na altura, nós não participávamos em campeonatos distritais
federados. Era apenas uma escola, que recebia as crianças e jovens, tinha
treinos e participava, ocasionalmente, em encontros, quer da liga de escolas de
futebol, quer ao nível de escolas do Benfica. Com o crescimento da procura, com
o aumento do número de atletas e equipas, era de facto, necessário
participarmos nos campeonatos distritais para evolução dos atletas, que estavam
connosco. Foi então criada, posteriormente, de raiz, a Associação Desportiva
Escola Geração de Talentos, federada na Associação de Futebol de Vila Real e a
partir daí todas as equipas do nosso clube começaram a participar com esse
nome.”
Canal
Alto Tâmega - Sente que a construção do Complexo Desportivo já era necessária
para a evolução do clube e dos próprios atletas?
Rui
Mota: “Sem dúvida, nós estávamos a treinar na Escola Nadir
Afonso, quando nós iniciamos era um campo praticamente novo e com boas
condições, no entanto, neste momento já tínhamos dois problemas, o primeiro
pela falta de condições, pela degradação que o campo, obviamente pelo seu uso,
tem vindo a sofrer, já não eram as condições ideais para as nossas crianças e
jovens. Depois pelo facto de a escola crescer, ter tantas crianças, ter cada
vez mais procura, já é um espaço muito pequeno para as nossas necessidades. Eu
posso dizer, que muitas vezes, em alguns escalões, já não podíamos aceitar
muitos atletas para não perdermos a qualidade de treino que tínhamos. Já era um
espaço muito pequeno para aquilo que é a nossa dimensão de atletas. Era uma
necessidade sentida nos últimos anos, felizmente, com a junção de várias
vontades e desbloqueio de algumas situações, conseguimos avançar para a
construção do campo, em Vilar de Nantes, que nos vai possibilitar ter um outro
tipo de crescimento, além de sentirmos que a nossa cidade necessitava de outro
espaço, porque cada vez há mais procura por parte dos atletas e quantos mais
espaços e clubes houverem na cidade, sabemos que mais crianças e jovens poderão
praticar desporto.”
Canal
Alto Tâmega - Agora com mais condições, sente que será possível manter talentos
por mais tempo?
Rui
Mota: “Obviamente, que com a melhoria de instalações, quer
ao nível da qualidade das instalações, quer ao nível do aumento do espaço,
tendo um campo de futebol de 11, permite-nos ter mais equipas e ir gradualmente
tendo mais escalões. Como nós já publicamos, pretendemos ter na próxima época
escalão sub-16 e avançar com a equipa de futebol feminino, que era uma lacuna
que havia na nossa zona. Embora nós já tenhamos várias meninas integradas nas
nossas equipas masculinas, mas sentimos necessidade de criar essa
possibilidade. O aumento do espaço permite-nos evoluir, no sentido de ter mais
equipas, mais escalões, quanto à relação com o Benfica, é um orgulho para nós,
ter três atletas, que já assinaram pelo SL Benfica e que vão integrar o Centro
de Formação e Treino do Benfica em Vila Real. Quanto a isso, nós sabemos que os
clubes, Benfica, Sporting, Porto e até o Braga têm uns gabinetes de prospeção,
em que trabalham muito bem, desde muito cedo a observar e a fazer a sua base de
dados de atletas daqui da nossa zona e no país todo. Nós sabemos que é difícil
reter quando surgem os convites por parte desses clubes, por muito que eles
gostem de estar connosco, que tenham boas condições e qualidade de treino é
difícil retê-los, no entanto, é um facto, que ao termos melhores condições,
temos mais argumentos para conseguir manter esses atletas a trabalhar connosco,
porque têm condições boas, pelo menos iguais às que terão em Abambres, que é
onde funciona o Centro de Formação e Treino do Benfica em Vila Real.
Canal
Alto Tâmega - Mencionou a criação de uma equipa de futebol feminino, o que tem
a dizer sobre este projeto?
Rui
Mota: “Nós temos assistido ao crescimento do futebol
feminino, isso é visível pelo número de jogos que tem o campeonato português
feminino, na seleção também e nós sentimos essa procura por parte das meninas. Meninas
de outro contexto, mas também de algumas meninas, que já estavam no nosso
clube, que já manifestavam esse interesse em jogar. De facto, era uma lacuna, era
uma ideia que nós tínhamos anteriormente, mas como eu referi, não tendo as
condições ideais, quer em termos de qualidade de espaço, quer em tamanho, não
podíamos avançar, tendo um espaço diferente, já nos vai permitir criar esta
equipa. Acho que é um passo à frente bastante importante para poder integrar as
que nós temos e meninas que poderão estar interessadas, até porque algumas até
tinham interesse, mas como não havia futebol feminino, não queriam praticar
futebol integradas nas equipas masculinas e havendo agora esta opção,
certamente haverá mais meninas com interesse em começar a treinar e a competir.”
Canal
Alto Tâmega - Quais são as ambições para a Escola Geração Talentos de Chaves?
Rui
Mota: “Queremos aumentar de forma significativa o número de
atletas, não só pela via de criar mais equipas, ter mais equipas de competição,
tentar ter duas equipas por escalão a competir, para que em cada fim-de-semana
tenhamos mais meninos e meninas a competir e gradualmente ir subindo de escalão
em escalão. Esta época será a criação de juvenis, quem sabe será juniores na
próxima, logo se verá.”
Texto:
Diogo Batista
Foto:
Márcio Pires