Pedreiras vão poder utilizar Gasóleo Colorido e receber incentivos para aumentar a eficiência energética

O Grupo Parlamentar do PSD, durante a Discussão e votação na especialidade, apresentou a Proposta de Aditamento de utilização de gasóleo colorido pela indústria extrativa e incentivos à eficiência energética no setor. Assim, as empresas que desenvolvem atividade no setor da indústria extrativa ficam autorizadas a beneficiar do regime de gasóleo colorido e marcado, podendo utilizar este combustível em todos os equipamentos não matriculados afetos à atividade. Também o Fundo Ambiental abre um aviso destinado a investimentos em eficiência energética na indústria.

A Proposta foi apresentada e defendida em Plenário da Assembleia da República, na última quarta-feira, dia 27 de novembro, pelo Deputado eleito pelo Círculo Eleitoral Distrital de Vila Real, António Alberto Machado, sendo aprovada por maioria.

Segundo o deputado, a indústria extrativa e transformadora de recursos minerais desenvolve-se predominantemente em regiões de baixa densidade populacional e economicamente desfavorecidas, assegurando cerca de 20 mil postos de trabalho diretos, essenciais para a coesão territorial de Portugal. “Quando planeada, em conjunto com as autarquias e populações é conciliável com os valores ambientais e a biodiversidade”.

Este setor “é fundamental para a criação de riqueza, local (onde existem os recursos) mas também, a nível regional e nacional, salientando-se que 80% das vendas são resultantes da exportação”.

Os custos energéticos representam, segundo Alberto Machado, cerca de 40% dos custos diretos de produção, pelo que, “a subida dos preços da energia coloca em risco a atividade de muitas empresas do setor”.

O setor ao beneficiar da utilização de gasóleo colorido em todos os equipamentos não matriculados afetos à atividade extrativa, à semelhança do que acontece em Espanha e Itália, “fica melhor preparada para enfrentar os principais concorrentes.”

O gasóleo colorido e marcado, vulgarmente conhecido como gasóleo verde ou gasóleo agrícola, é um combustível que pode ser adquirido com redução ou isenção total do imposto especial de consumo no momento do abastecimento. “Considerando que a indústria extrativa é um ativo relevante do setor primário português, entende-se que deve passar a usufruir das mesmas condições já atribuídas aos setores agrícola e florestal”, lê-se ainda na nota enviada às redações.

Por outro lado, existe a necessidade de investir na modernização dos equipamentos, numa lógica de eficiência energética e descarbonização, investimentos esses que poderiam ser apoiados através de incentivos que contribuam para a sustentabilidade e competitividade do setor.

“Estas medidas, agora aprovadas, fazem parte das revindicações, justas e eficazes, que durante os últimos dez anos, então como autarca, acompanhei e ouvi da AIGRA-Associação dos Industriais do Granito e também da mais abrangente e representativa ASSIMAGRA, em sucessivas reuniões, primeiro com os responsáveis do Ministério da Economia, depois com os sucessivos responsáveis do Ministério do Ambiente, sempre numa vã tentativa de consciencialização”, disse o deputado António Alberto Machado.

 “Sei que é apenas um passo numa longa caminhada em prol dos compromissos com o Território e mesmo com o País, mas os caminhos fazem-se caminhando.”