Quais são os principais
destaques do programa cultural de verão 2024 em Boticas?
Fernando Queiroga: Por norma
costuma-se dizer que o que está bem não se deve mexer e, portanto, as nossas
grandes novidades vêm no seguimento do que já os programas de há uns anos a
esta parte temos vindo a realizar. Naturalmente, que não posso deixar de
referir aqui três ou quatro situações, nomeadamente, a questão da presença das
nossas Associações Culturais e Recreativas nas nossas atividades. Isto parece
de pouca importância, mas para mim tem um grande significado porque é a montra
da atividade das nossas associações durante o ano. Independentemente da
preservação cultural, do nosso património cultural, que estas associações
fazem, e falo nomeadamente, quer da banda filarmónica, quer dos ranchos
folclóricos, quer dos cantares, do grupo de cantares, é o corolário de vários
anos de trabalho intenso, de convívio, de amizade, de cooperação entre as
pessoas, e portanto é aqui, onde temos mais gente, como é normal, neste período
de verão que gostam de se mostrar, gostam de mostrar as suas novidades, o trabalho
do ano intenso e, portanto, queria destacar aqui isto. Não deixamos de realizar
o nosso Festival da Juventude, o Festival do Imigrante, também em consideração
para com os nossos conterrâneos, que regressam às suas terras, sempre no verão
e que continuam a adorar o nosso concelho e, portanto, aqui também um sinal de
agradecimento pela vida que eles têm tido e pela consideração que têm pelo
concelho. Vai ser um momento muito bom, o despique das bandas com a nossa banda
do Couto de Dornelas sempre presente. Mas permita-me também agora destacar, até
por questões sentimentais, o ponto mais alto do nosso programa cultural, que
são as festas do Concelho de Boticas. São uma referência na região e como disse
no início, por uma questão sentimental, a celebração da Nossa Senhora da
Livração, que é o evento que mais gente atrai ao concelho de Boticas, que mais
comove os botiquenses e, portanto, para mim, o grande destaque são, sem sombra
de dúvida, as festas em honra de Nossa Senhora da Livração.
Falou sobre o Festival da
Juventude, que terá como nome principal os Azeitonas, mas ao longo destas
festividades também Diapasão, Sons do Minho, Chave d'Ouro, Hélder Batista,
entre outros, irão atuar em Boticas. Contam que estes nomes mais sonantes da música
popular portuguesa, e não só, tragam até Boticas visitantes de outros
concelhos, e não só aqui do Alto Tâmega?
Fernando Queiroga: Naturalmente
esse é um dos objetivos, é de trazer mais gente ao concelho de Boticas, mas
também lhe digo, que o primeiro objetivo também não é esse. O primeiro objetivo
são os nossos conterrâneos, os botiquenses, que tenham possibilidade de
usufruir também de um programa cultural diferente. Noutros sítios trazem-se
nomes mais sonantes, mas que também têm outros custos. E, portanto,
fundamentalmente eu quero passar esta imagem, sim trazemos algumas figuras da
música popular mais conhecidas, mas não é, continuo a dizer, não é entrar em
loucuras.
Não é só de música que se faz
este cartaz, por isso mesmo é que no dia 13 de agosto vão estar em Boticas,
Quim Roscas e Zé Estacionâncio. É, portanto, um cartaz diversificado. O
objetivo é satisfazer as pessoas, principalmente, como referiu anteriormente,
os botiquenses.
Fernando Queiroga: Sim, repare
que há pouco, quando me perguntava o que é que destacava nos nossos eventos, eu
comecei por destacar as nossas associações culturais e recreativas. Se me
pergunta se é o evento que traz mais gente, não é. Mas também é o local e é a
forma de nós darmos visibilidade ao trabalho das nossas associações. E,
portanto, o cartaz vai de encontro a esse mesmo objetivo. Variar o máximo
possível, para que atinja, ou vá de encontro aos gostos de qualquer um dos
botiquenses. E este, de facto, vai ser um momento diferente, até pela
visibilidade televisiva que eles têm, pelas atuações que têm tido, pela forma
como o fazem. Vai ser um momento também para rir. Às vezes nós andamos tão
cheios de trabalho, tão incomodados com a nossa própria vida, com os problemas
da nossa própria vida e do concelho, neste caso, pela responsabilidade que
tenho, que por vezes também nos fazem falta estes momentos para rir um bocado,
descontrairmos e para nos libertarmos um pouco.
Temos falado ao longo desta
conversa sobre os botiquenses e temos que falar, sobre os emigrantes, que são
tantos e que por esta altura regressam ao concelho. O dia do emigrante vai ser
animado pelos Sons do Minho. Este é um dia essencialmente dedicado a todos os
emigrantes que por esta altura regressam ao nosso concelho?
Fernando Queiroga: É inevitável.
Sim, eu tenho uma grande admiração por estes nossos conterrâneos e eu não gosto
de chamar-lhes emigrantes porque quando visito as comunidades eles dizem-me que
são emigrantes onde estão e são emigrantes em Portugal e, portanto, é uma
palavra que eu não gosto de utilizar. De facto, eu tenho uma admiração muito
grande por estes nossos companheiros, porque sabe-se Deus como é que eles
saíram daqui do nosso concelho, foram para os vários países, por vezes com
condições mais reduzidas, mas a pulso e com muito trabalho e com muito suor,
subiram na vida e temos botiquenses muito bem posicionados na economia desses
países. Gente que trabalha, que sabe o que custa a vida.
Eu sei que eles apreciam muito
este tipo de música e, portanto, entendemos que os Sons do Minho, vão animar
muito a noite.
É inevitável também falarmos
sobre as expectativas do impacto económico deste programa para o concelho de
Boticas e de que forma é que acha que o programa cultural do verão vai
contribuir para a promoção do turismo e também ajudar a restauração e os restantes
negócios locais.
Fernando Queiroga: Eu tenho por
princípio, qualquer evento que nós possamos fazer, independentemente desta
questão, das pessoas conviverem, saírem, divertirem-se um pouco, também
desligarem-se um pouco dos problemas, há uma grande preocupação de “O que é que
isso vai contribuir para a economia do concelho?”, e, portanto, uns mais,
outros menos, como é evidente, mas garantidamente alguma coisa este cartaz
deixa no concelho e cria mais atratividade, porque as pessoas vêm e depois se
gostaram, vêm mais vezes. Um exemplo simples é a Volta a Portugal que este ano
trás uma chegada ao nosso concelho, é a etapa Bragança- Boticas, onde vai ser
um dia de festa e um dia com muita gente. Esperamos com esta agenda cultural,
muito variada, contribuir para o turismo. Não posso esquecer, porque atrás de
umas coisas vêm outras, no dia seguinte ao Festival da Juventude, fazemos a
festa dos mais pequenitos, no nosso Boticas Parque – Natureza e Biodiversidade,
um equipamento onde nesta altura vem muita gente
Que mensagem quer deixar, não
só aos botiquenses, mas a todas as pessoas que tenham vontade de visitar o
concelho?
Fernando Queiroga: Deixar só aqui
uma pequena nota, para agradecer a todos quantos estão no BNB, à Associação
Celtiberus, naturalmente, já falei nas nossas associações culturais e
recreativas também e não esquecer a Mais Boticas – Associação Empresarial Botiquense
pela disponibilidade e apoio.
Mais um ano, quem vem de férias,
que seja bem-vindo, que se sinta bem no concelho de Boticas, que desfrute deste
programa cultural que é variadíssimo. Todos terão acesso, todos podem vir, que
seja um momento, de partilha, de família, de convívio e de amizade.
Fundamentalmente isso, já que nós somos conhecidos como um povo amigo e afável.
E é isso que eu quero para a nossa população botiquense. que seja amiga, que
colabore, que se ajude, que partilhe também das coisas, naturalmente, que assim
a vida é mais fácil. E que, naturalmente, desfrutem desta oportunidade, desta
agenda cultural que nós estamos a proporcionar.
Texto e Foto: Mariana Carvalhais
Araújo
